Três recifenses estão longe de sua terra, em Curitiba, morrendo de saudade do frevo e do brega feito aqui.
O que eles fazem: choram e lamentam ou se juntam e criam um bloco e uma banda? A resposta, claro, é a segunda alternativa.
Da saudade e inquietação surgiu o bloco Segura o Curitiba, que depois deu vida ao grupo Pitombas do Amor, que vem arrasando no cenário LGBT da capital paranaense.
"Pitombas do Amor... A gente tem aquela sacada nordestina, de sátira e do duplo sentido. Somos aquela fruta que se chupa até o caroço. Nós queremos algo nordestino e erótico, já que a banda é formada por gays nordestinos pobres. Quando a gente canta, tentamos expor nossa realidade. O nosso público, o LGBT, se identifica com isso", explica Leo, uma das 'pitombas'.
A saudade e a resistência que originaram o bloco e a banda acompanham o grupo a cada apresentação.
"A gente se preocupa muito com isso, de passar para as pessoas o que o músico está sentindo", comenta Cris.
Se a força da saudade e da vivência são as inspirações internas, as influências musicais vão de Reginaldo Rossi e Michelle Melo a Johnny Hooker.
A Pitombas do Amor conseguiu abrir seu espaço no cenário cultural alternativo de Curitiba. Atualmente, é apresentação certa na festa mensal Samba Viado.
Além disso, o trio, com meses de carreira, já cantou até na Parada Gay da capital paranaense.
O objetivo agora é conseguir algum contrato que permita aos integrantes se apresentarem no Recife, cidade onde nasceram e de onde tiram a inspiração para o ritmo que levam adiante.