VÍCIO

Atriz Letícia Colin debate sobre dependência química: "Droga é uma questão de saúde e não de polícia"

O comentarista Walter Casagrande Jr, que já enfrentou vício em drogas, também participou do debate com a atriz

Cadastrado por

Gabriela Andrade

Publicado em 27/08/2021 às 9:43 | Atualizado em 21/03/2022 às 13:40
Letícia Colin - Instagram

A atriz Letícia Colin, intérprete da médica Amanda, na série Onde Está o Meu Coração, participou de um bate-papo sobre dependência química nesta quinta-feira (26), juntamente com o comentarista Walter Casagrande Jr.

Na ocasião, promovida pela GloboNews, a atriz falou da experiência da sua personagem que sofre com vício em drogas. Letícia Colin também criticou a sociedade por tratar o assunto com preconceito, sugeriu a liberação da cannabis para ajudar a saúde e elogiou Walter Casagrande Jr., pela sua luta contra a dependência química

Letícia Collin e Casagrande em conversa sobre dependência química - GloboNews

"Me identifico profundamente com o dependente químico no ponto de partida. Essa sensação relatada muitas vezes de solidão, insegurança, nervosismo e ansiedade social, eu reconheço tudo isso em mim. Como eu sou uma pessoa que trato há muito tempo o transtorno de humor, ansiedade e depressão e sou usuária de drogas regulamentadas e regularizadas, os remédios, eu me sinto muito na mesma [...] Inclusive, eu acho que a questão da droga a gente olha por uma ótica moralista, irônica, muito preconceituosa e, na verdade, cada um encontra uma maneira de lidar com a sua tristeza, com a sua compulsão, dificuldade de viver, essa superação", disse Letícia Colin.

Para seu papel na série do Globoplay, a atriz passou alguns dias na Cracolândia, em São Paulo, conversando diretamente com quem sofre com o vício em drogas para a construção da personagem Amanda e declarou que o tema precisa ser tratado sem o 'olhar moralista e preconceituoso' para ajudar as pessoas.

Letícia Colin ainda destacou:"Quando eu tive na Cracolândia passando aquela experiência de alguns dias conversando com usuários e conhecendo as suas histórias, eu me senti de igual para igual. Isso é uma quebra de paradigma muito importante pra mim e acho pra nossa sociedade. Não é nos colocar, me incluo nesse grupo por ser uma pessoa que usa medicamentos por transtorno de humor, à margem dessa discussão, mas, sim, no centro da discussão. Todos nós estamos no centro. Esse momento da mudança precisa acontecer. Não só o homem branco eurocêntrico, mas todos nós. O centro se alargou e todos nós com todas as nossas diferenças e com as nossas vulnerabilidades. Droga é uma questão de saúde e não de polícia."

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