Cid Moreira ficou no comando do Jornal Nacional por 27 anos e rendeu muitos momentos inesquecíveis para a TV brasileira.
Mas muitos não imaginam que o jornalista é responsável por algo que hoje é muito comum nos telejornais: âncoras caminhando pelo cenário.
Tudo começou quando Cid surpreendeu o público ao se levantar da bancada e recitar um poema.
"O jornal era muito formal. Quando morreu o (Carlos) Drummond de Andrade, a direção resolveu me tirar da bancada e ler um trecho do poema dele em pé, aquele (poema) 'E agora, José?'", relembra.
O ocorrido foi em 1987, um dia após a morte do poeta. Na época, os âncoras não levantavam da bancada.
"Tudo no mundo evolui. À época, eu tinha que ficar sentadinho ali. Tinha que me comportar. Hoje, o negócio é mais à vontade, mais informal, né? [...] E, amanhã, outras ideias surgirão", afirma Moreira.
Saudades da TV?
Ao ser perguntado se sente saudades do tempo que apresentava telejornais, Cid Moreira é bem sucinto na resposta: não.
"O que passou, passou. [...] Eu vivi aquela fase intensamente, gostei e dei o meu melhor. Fiz aquilo que eu podia fazer e como era possível fazer na época... Estou satisfeito, pô".