CANCELADA

LUÍSA SONZA tem show cancelado em festival após protestos por atitude racista; confira detalhes

O REP Festival vai acontecer no Rio de Janeiro nos dias 11 e 12 de fevereiro

Cadastrado por

Rayane Domingos

Publicado em 25/10/2022 às 10:59
Luísa Sonza teve o show cancelado no REP Festival após caso de racismo vir à tona - Instagram/LuisaSonza

Os fãs que aguardavam as atrações do REP Festival se assustou quando percebeu o nome de Luísa Sonza no cartaz. O anúncio veio dias depois após ela admitir que foi racista com uma advogada em Fernando de Noronha.

Desde então, muitos internautas e até os artistas que vão se apresentar no festival de rap protestaram para que a produção tirasse Luísa do line-up.

A cantora Flora Matos foi uma das que encabeçaram as reclamações nas redes. Inclusive, ela foi muito atacada pelos fãs de Luísa, que também proferiram comentários racistas.

Nessa segunda-feira (24), o REP Festival anunciou a line-up completa e excluiu o nome de Luísa, que iria fazer uma participação no show de Xamã.

Para substituir, foi convidado Don L, um dos grandes nomes do hip-hop no Nordeste. Marechal também foi confirmado como atração. O REP Festival acontece nos dias 11 e 12 de fevereiro no Rio de Janeiro.

Nos comentários, a maioria apontava que isso foi "o mínimo" que o festival teria que fazer após a acusação de racismo de Luísa ter vindo à tona.


RELEMBRE O CASO DE RACISMO ENVOLVENDO LUÍSA SONZA

O caso aconteceu em 2018 em Fernando de Noronha. Isabel Macedo contou ao Portal Notícia Preta que estava comemorando o aniversário quando recebeu uma ordem de Luísa.

"Foi então que ela virou, bateu no meu ombro e disse 'Pega um copo d’água pra mim?’. Eu respondi que não tinha entendido, ela repetiu a frase e completou ‘Você não trabalha aqui?", disse.

A vítima conta que ao responder que não trabalhava no local, Luísa tentou se desculpar dizendo que "não era isso que você tava pensando".

Isabel conta que ficou muito triste com a situação, já que pessoas brancas enxergam os negros apenas como prestador de serviço.

No dia seguinte, Isabel foi à Delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência. Ao contrário do que a defesa alega, a advogada diz que não quer aparecer as custas do processo e por isso evita mostrar o rosto.

"Minha intenção com essa ação é que ela aprenda. Não quero e nem vou me expor na mídia, pois sei que o sistema racista, muitas vezes, coloca a vítima no lugar de culpada e oportunista, e isso também é uma atitude racista. Racismo não é vitimismo, é crime".

Com o processo vindo a público, Isabel diz que espera que o caso se torne exemplo para encorajar outras pessoas negras também denunciem os agressores.

"Já que isso tudo veio à tona e ganhou mídia, espero que sirva de incentivo para encorajar todas e todos aqueles que forem vítimas de racismo, a denunciar. Não podemos ficar calados, porque a dor que nós sentimos não passa nunca".

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