O caso do submarino Titan, que desapareceu enquanto participava de uma visita turística aos destroços do Titanic, tem movimentado a internet nos últimos dias.
Toda a comoção em torno do submersível particular da empresa OceanGate fez ressurgir um acontecimento semelhante, que aconteceu cerca de 6 anos atrás, em operação similar, feita na América do Sul.
Na época, as equipes de busca procuravam por um submarino argentino que desapareceu e só foi encontrado um ano depois.
O caso argentino ocorreu em novembro de 2017, quando o submarino ARA San Juan, da Marinha da Argentina voltava para a base naval após a realização de exercícios militares.
Horas antes do desaparecimento, no dia 15 de novembro de 2017, o comandante do submarino alertou a existência de uma falha provocada pela entrada de água por um duto de ventilação. A água vazou no compartimento das baterias elétricas e produziu um princípio de incêndio.
A Marinha argentina relatou que a falha foi corrigida com sucesso e que o submarino continuou navegando. No entanto, o rastro da embarcação foi perdido.
As buscas pelo veículo começaram 48 horas após o desaparecimento, em uma operação que reuniu 13 países, incluindo o Brasil, mas a maioria abandonou os trabalhos antes do fim de 2017.
O governo argentino também abandonou a busca por sobreviventes em dezembro daquele ano, o que provocou diversos protestos de familiares. No total, a tripulação do submarino militar tinha 44 pessoas e nenhuma delas nunca foi resgatada com vida.
BUSCAS POR SUBMARINO ARGENTINO FORAM RETOMADAS CERCA DE UM ANO DEPOIS
Em 2018, na tentativa de pressionar o governo, os familiares das vítimas acamparam por 52 dias na Praça de Maio, em frente à sede da Presidência da Argentina, em Buenos Aires. O protesto resultou na contratação da empresa americana Ocean Infinity para retomar as buscas pelo submarino.
A nova missão de busca com a Ocean Infinity começou em setembro de 2018. Após dois meses de operação, com navios e drones, a empresa chegou a afirmar que iria desistir da procura. Porém, no dia em que marcou um ano do desaparecimento do submarino, a companhia disse ter descoberto a possível localização da embarcação.
No dia 17 de novembro de 2018, o Ministério da Defesa da Argentina confirmou que o submarino havia sido encontrado a uma profundidade de 907 metros, a cerca de 600 km da costa. A Marinha relatou que a embarcação teria implodido no fundo do mar.
SUBMARINO TITAN QUE DESAPARECEU IMPLODIU?
Uma teoria semelhante também está sendo considerada para o caso do submarino Titan.
Uma das teorias mais defendidas pelos especialistas é a de que o submarino possa ter implodido devido a uma falha na estrutura.
Com essa falha, o submersível não teria aguentado os altos níveis de pressão causados pela coluna de água, o que resultaria em uma implosão.
Nesse caso, o Titan teria sido esmagado pela força da água, tirando a vida de toda a tripulação que estaria dentro do veículo aquático.
G. Michael Harris, um mergulhador que já fez visitas aos destroços do Titanic, deu uma entrevista à rede de TV Fox News na qual afirmou que o pior cenário é que algo tenha acontecido com o casco que tenha causado a implosão da embarcação a uma profundidade de cerca de 3.200 metros.
Harris também destacou que considera que o ambiente onde está o submersível é muito perigoso, e que não há muito o que possa ser feito. "Mais pessoas foram ao espaço do que a essa profundidade no oceano. Quando se mergulha nessas situações, é preciso fazer tudo perfeitamente e seguindo as regras", disse ele.
Até o momento, no entanto, as autoridades responsáveis pelo caso ainda não confirmaram nenhuma das hipóteses levantadas. Mas, por enquanto, ainda trabalham com a possibilidade de que o submarino não tenha implodido, tentando encontrar a sua localização.