Quinze anos depois do crime que chocou o Brasil, chega à Netflix o documentário sobre a morte de Isabella Nardoni: "Isabella: o Caso Nardoni". A produção estreia nesta quinta-feira, 17 de agosto.
O documentário foi criado pela Kromaki em parceria com a Netflix, contando com a produção executiva de Rodrigo Letier, Manfredo Barretto, Roberta Oliveira e Anna Julia Werneck. O roteiro foi desenvolvido por Claudio Manoel, Micael Langer e Felipe Flexa.
Os consultores responsáveis pelo documentário são o jornalista Rogério Pagnan, conhecido por seu livro "O pior dos crimes - A história do assassinato de Isabella Nardoni", e a criminóloga Ilana Casoy, autora dos livros "A prova é a testemunha" e "Casos de família - Arquivos Richthofen e Arquivos Nardoni".
De acordo com a plataforma de streaming, o documentário apresenta em detalhes o trabalho minucioso da perícia, mostrando quais provas comprovaram a culpa do casal e o que levou ao descarte de outras hipóteses.
A equipe responsável pelo documentário analisou mais de 6 mil páginas de processo, gravou 118 horas de entrevistas e reuniu mais de 5 mil itens do arquivo fotográfico da mídia e do acervo da família. O filme revela o rigoroso processo de investigação que culminou no esclarecimento do caso.
O documentário conta com entrevistas inéditas da mãe e dos avós de Isabella, além de jornalistas, peritos e advogados de defesa que estiveram envolvidos no caso e em sua ampla projeção nacional.
Trailer de 'Isabella: o Caso Nardoni'
De que horas estreia Isabella: Caso Nardoni?
Segundo a Netflix, o lançamento do documentário Isabella: o Caso Nardoni acontece nesta quinta (17) e, devido as variações de cada região, entre 3h e 6h.
- 3h ACT (Rio Branco);
- 4h AMT (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul);
- 5h (horário de Brasília);
- 6h FNT (Fernando de Noronha);
Caso Isabella Nardoni
Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, foi jogada da janela do apartamento do 6º andar de um prédio onde seu pai, Alexandre Nardoni, morava com a esposa, Anna Carolina Jatobá, e dois filhos do casal. O crime ocorreu na noite de 29 de março de 2008, na cidade de São Paulo.
Na época, a morte da menina virou manchete dos noticiários e foi se tornando mais alarmante à medida que surgiam novas evidências contra o casal Nardoni.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram considerados culpados por um júri popular, em 2010, por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por alterar a cena do crime).
Depoimentos
Inicialmente, o casal alegou que o crime teria sido cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento. Eles afirmaram que Isabella teria sido jogada por um dos assaltantes.
Na versão de Nardoni, ele alegou que colocou Isabella para dormir na cama e retornou à garagem do prédio para auxiliar a esposa a subir com as outras duas crianças, de 11 meses e 3 anos. Ao voltar para o apartamento, alegou ter encontrado a tela cortada e Isabella caída no gramado.
No entanto, dados preliminares coletados pela perícia não corroboraram com a versão do pai e da madrasta. Diante disso, em 2 de abril de 2008, a polícia solicitou a prisão temporária do casal.
Julgamento
Em março de 2010, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram julgados em um processo que durou cinco dias, dois anos após o assassinato de Isabella. Ambos foram considerados culpados por homicídio triplamente qualificado e fraude processual. Alexandre recebeu uma sentença de 31 anos e 10 dias de prisão, enquanto Anna Jatobá foi condenada a 26 anos e 8 meses.
Em 2019, Alexandre Nardoni obteve progressão para o regime semiaberto e cumpre sua pena na Ala de Progressão da Penitenciária 2 de Tremembé, no Vale do Paraíba.
Anna Carolina Jatobá conquistou a progressão ao regime semiaberto em 2017. Em 2020, ela obteve progressão para o regime aberto e saiu da prisão em junho. O pedido para a progressão de pena de Anna Jatobá estava em análise pela Justiça de São Paulo, e a 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou, por unanimidade, que a Justiça de São Paulo avaliasse o pedido da defesa.
No regime aberto, a detenta tem permissão para trabalhar durante o dia e apenas pernoitar em uma Casa de Albergado, uma espécie de alojamento coletivo prisional.