ABUSO

O que é GASLIGHTING? Entenda como funciona e saiba como identificar essa forma de violência psicológica

Gaslighting acontece de maneira sutil e pode ser difícil de ser identificado pela vítima

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Cadastrado por

Lívia Maria

Publicado em 05/05/2022 às 20:06
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Muito tem se falado sobre gaslighting nas redes sociais e em programas televisivos. O debate sobre o assunto tem sido recorrente, mas você sabe o que é e como reconhecer um caso de gaslighting?

Pense na cena clássica em que uma mulher descobre a traição do seu marido, mas ele diz que ela está vendo coisas onde não temacusando-a de estar inventando coisas, sendo dramática ou de ser paranoica. Esse comportamento tem nome e não se restringe aos relacionamentos afetivos entre homem e mulher, apesar de ser mais comum neste, mas também podendo surgir em uma relação entre amigos.

 

O que é gaslighting?

O gaslighting é uma forma de violência psicológica, mais comum em relações amorosas, na qual o parceiro pratica abusos que ferem o emocional da vítima. O abuso é sutil, mas muito grave, já que, na maioria dos casos, tem a intenção de manipular a vítima para ter controle sobre ela.

O abusador distorce, omite ou cria informações falsas, fazendo com que a outra pessoa duvide de si mesma, dos seus sentimentos e até mesmo da sua sanidade.

O termo gaslighting é emprestado do título do filme "Gas Light" ("À Meia Luz", em português), de 1944. Na trama, o marido tenta convencer a esposa, e todos que os cercam, que ela é louca, manipulando alguns elementos da casa e insistindo que tudo continua normal.

Uma dessas manipulações se dá com a iluminação da casa, à gás, que ele controla a intensidade em momentos diferentes. Quando ela o questiona sobre a escuridão na casa, ele a faz acreditar que está imaginando coisas. Assim, aos poucos, ele faz a mulher enlouquecer e podendo interná-la em um sanatório para roubar as joias que ela havia herdado.

 

Como identificar casos de gaslighting?

Casos de gaslighting podem variar de intensidade, podendo acontecer em uma simples negação de informações por parte do agressor, até mesmo a fabricação de histórias para desorientar a vítima.

Muitas vezes, a situação acontece quando a vítima confronta o agressor sobre uma situação, como a traição, por exemplo, e este inverte a situação, fazendo-a a acreditar que está 'vendo coisas' onde não existem.

Por ser uma violência psicológica sorrateira, muitas vezes incluída no cotidiano dos envolvidos, a vítima pode demorar a perceber que está sendo manipulada. Os constantes questionamentos podem causar um desgaste no relacionamento e a vítima deixa de acreditar em si mesma nessas situações, que são repetidas diversas vezes pelo abusador. Cansada, ela acredita que a culpa é sua pelo fim do relacionamento ou poder desconfiar do parceiro.

Quando o relacionamento não acaba, o ciclo de abusos aprisiona a vítima em uma relação na qual um dos cônjuges detém todo o poder psicológico sobre a outra pessoa, que vive infeliz e chega até mesmo desenvolver quadros depressivos.

Ela é perigosa porque cria uma dinâmica tóxica e insuportável no relacionamento, destruindo a autoconfiança do cônjuge alvo das manipulações. Assim, por mais que esteja infeliz, ele não consegue se desvencilhar da relação abusiva.

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