URBANISMO

Mercado do Cais de Santa Rita está próximo de sair do papel

Obras se arrastam há anos por falta de verbas, mas devem ser concluídas no ainda no primeiro semestre

Editoria de Cidades
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Publicado em 27/03/2018 às 11:33
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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As obras do Centro Comercial do Cais de Santa Rita, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife, só devem ficar prontas no fim deste semestre. A prefeitura, responsável pelos serviços que se arrastam há anos por falta de verbas, afirma que o centro, que abrigará 400 comerciantes, é uma importante resolução para outro entrave: as obras de requalificação do entorno do Mercado de São José. Em 2016, o Recife iniciou as intervenções para recuperar piso e oferecer acessibilidade no entorno do mercado, mas as obras nunca foram concluídas, porque os ambulantes precisavam ser realocados para o Cais.

Em setembro do ano passado, a primeira etapa, que compreende uma área de 817 metros quadrados, foi entregue aos ambulantes. A estrutura conta com 40 boxes de alimentação e venda de coco. A segunda parte, que ainda está em obras, terá 100 boxes de roupas e outras 110 bancas de feira de alimentos.

A terceira e última etapa terá 148 boxes, entre fiteiros, estivas e outros tipos de alimentos, como charque, frios e grãos em geral, além de 12 boxes de fornecedores da feira e outros 20 de alimentação. Além do novo centro comercial do Cais de Santa Rita, está em fase de conclusão a obra dos anexos do Mercado de São José, que abrigarão outros 100 vendedores de ervas e especiarias.

A comerciante Maria Ferreira é uma das que já trabalham no espaço novo. Antes, passou 22 anos vendendo lanches no entorno do Mercado de São José. “Hoje temos limpeza, banheiros e um espaço bonito para recebermos os clientes”, elogiou. O movimento, porém, caiu. “Está muito fraco, porque as pessoas eram acostumadas a comprar lá.”

A queda nas vendas é uma preocupação dos outros vendedores. Maria de Lourdes Amorim vende frutas ao lado do Mercado de São José há 30 anos e está apreensiva. “Vai todo mundo morrer de fome. Já tentaram, há alguns anos, levar a gente para lá e não deu certo. Se antes, que não tinha metrô e todo o movimento se concentrava naquela área, não funcionou, imagina agora. Para ela, será necessário controle por parte da gestão municipal, para que outros ambulantes não ocupem o local. “Aqui, se tirar um, vêm 100 para pegar o lugar.”

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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COMPROMISSO

Secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga garantiu que isso não irá acontecer. “Essa possibilidade é zero. Nosso compromisso é claro: não haverá concorrência para os ambulantes fora do pátio. Foi assim em Beberibe, em Água Fria (na Zona Norte da cidade) e será assim no Cais de Santa Rita. Foi um investimento muito alto, então haverá fiscalização”. Para tirar as obras do papel, foram necessários cerca de R$ 6 milhões. A maior parte – R$ 5,3 milhões - foi garantida através de parceria com a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do Estado, em 2017.

Com a parte física concluída ainda no primeiro semestre, a prefeitura espera realocar todos os comerciantes até o fim do ano. Não há previsão, porém, para a retomada das obras do entorno do Mercado de São José.

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