Quem utiliza ônibus no Grande Recife deve se preparar: a greve dos rodoviários continua nesta terça-feira (4), e segue por tempo indeterminado. Uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT), emitida nesta segunda (3), ordenou que a categoria paralisada mantenha 50% da frota circulando nos horários de pico (5h/9h e 16h/21h) e 30% nos demais, sob pena de multa. A mesma decisão, também, marcou para 11h desta terça a audiência de instrução e conciliação do dissídio coletivo.
Leia Também
- Tempo real: confira como está volta para casa no primeiro dia de greve de ônibus
- TRT ordena circulação de 50% dos ônibus em horário de pico durante greve
- Saiba se o empregador pode ou não descontar a falta por conta da greve
- Comércio do Centro do Recife enfrenta dia vazio por conta da greve dos ônibus
- Universidades no Grande Recife suspendem aulas por greve de ônibus
Durante toda esta segunda, a população encontrou dificuldades para se locomover pela Região Metropolitana. No Terminal Integrado de Joana Bezerra, um dos maiores do Grande Recife, a movimentação era intensa nas primeiras horas do dia, mas de passageiros vindos do metrô. Como poucos ônibus estavam disponíveis, o jeito foi tentar uma carona solidária ou andar de mototáxi. Alguns motoqueiros cobravam R$ 10 em uma corrida para o Centro; já para a Zona Sul, R$ 5. Passageiros relataram também pouca quantidade de ônibus nos terminais de Rio Doce, PE-15, Pelópidas Silveira, Xambá, Barro e Macaxeira.
"Estamos fazendo o possível para não deixar a população na mão", disse Benilson Custódio, em entrevista ao JC mais cedo. Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários (STTREPE), caso não haja veículos nas ruas, é responsabilidade das empresas. "Nos Terminais Integrados, as empresas estão colocando menos ônibus porque é mais vantajoso deixar circulando nas ruas, onde há mais passageiros pagantes. Elas também tiraram os BRTs de circulação por conta própria", disse.
Divergências
Ainda sobre a quantidade de veículos nas ruas, o Sindicato dos Rodoviários (STTREPE) e a Urbana-PE (sindicato que representa as empresas de ônibus) divergiram. Benilson Custódio, presidente do STTREPE, afirmou que 30% do contingente está nas ruas: "Estamos fazendo o possível para não deixar a população na mão".
Caso não haja, é por iniciativa das empresas de retirarem os veículos das ruas. "Nos Terminais Integrados, as empresas estão colocando menos ônibus porque é mais vantajoso deixar circulando nas ruas, onde há mais passageiros pagantes. Elas também tiraram os BRTs de circulação por conta própria", disse. Já Fernando Bandeira, da Urbana, acredita que o índice seja de apenas 20%.
Notificação do Grande Recife
Antes desta decisão judicial ordenar índices de ônibus rodando durante a paralisação, uma notificação do Grande Recife Consórcio de Transportes fazia o mesmo pedido: 50% nos horários de pico e 30% nos demais. Entretanto, o presidente do sindicato afirmou que só seria mantido 30% da frota nas ruas, independente do horário: "O sindicato não é subordinado ao Grande Recife. A gente só acata uma decisão da justiça".
Adesão
Segundo a oposição do Sindicato dos Rodoviários, a adesão à greve foi geral, pelo menos entre os motoristas e cobradores da empresa Caxangá: dos 150 ônibus, apenas 45 rodaram. Em Jaboatão dos Guararapes, dos 197 coletivos da garagem da Borborema, apenas 59 saíram.