A Justiça decidiu pela decretação da prisão preventiva do pedreiro Paulo Cesar de Oliveira Silva, de 25 anos, acusado de matar a ex-namorada Remís Carla Costa, de 24 anos, que estava desaparecida desde o último domingo (17). A decisão saiu durante a audiência de custódia, realizada na tarde deste domingo (24), no Recife.
Foi expedido um mandado de prisão preventiva no momento da audiência e Paulo Cesar seguiu para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, município do Grande Recife.
O corpo de Remís foi encontrado na tarde deste sábado (23) no conjunto habitacional onde Paulo Cesar morava. A polícia conseguiu manter contato telefônico com o suspeito, que foi localizado em Vicência, Zona da Mata Norte de Pernambuco. Segundo o delegado Élder Tavares, da Delegacia de Desaparecidos e Proteção à Pessoa, durante o translado para Recife, Paulo Cesar confessou ter cometido o crime.
Morte por asfixia
De acordo com Paulo Cesar, os dois estavam na casa dele, no loteamento Nova Morada, no bairro de Caxangá, Zona Oeste do Recife, no domingo (17). Por volta das 16h, os dois teriam começado a discutir porque Remís queria levar o telefone dele, já que o seu havia sido quebrado por Paulo no dia 22 de novembro. Durante a briga, em meio a discussão e agressões físicas, Paulo teria tentado calar a boca da namorada com a mão direita. Tentando se defender, Remís teria mordido Paulo, que a asfixiou com a outra mão.
Após constatar a morte da namorada, Paulo Cesar teria fugido do local e só retornou na madrugada da segunda-feira (18) para ocultar o cadáver. Segundo o pedreiro, em depoimento à polícia, o corpo de Remís foi envolvido e levado até o local onde foi encontrado, distante 400 metros da residência dele.
De acordo com os médicos legistas, as marcas encontradas no corpo da jovem confirmam a versão de Paulo.
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Despedida
O sepultamento da jovem Remís Carla foi marcado por muita tristeza e revolta. Familiares e amigos se despediram da estudante de pedagogia, morta pelo ex-namorado, na manhã deste domingo (24). O corpo da jovem foi enterrado no Cemitério Campo Santo, em Paulista, Região Metropolitana do Recife. A família não pôde velar o corpo devido ao avançado estado de decomposição.
Membros de movimentos sociais estiveram durante a cerimônia para homenagear a estudante. Painéis grafitados com a imagem de Remís, flores e faixas ilustravam o pedido de justiça. Durante a espera pela chegado do corpo, o militantes gritavam: “Remís Costa, presente na luta”.
Os pais da estudante não desconfiavam de Paulo até saber do perfil do ex-companheiro de Remís. “Só depois que Remís desapareceu, ficamos sabendo do cárcere privado, das agressões, que ele chegou até a quebrar o celular”, comentou o pai.
Apesar de não saber das agressões, a relação conturbada dos dois deixou a mãe, Rositene Maria, desconfiada. “Desde o primeiro momento eu imaginava que poderia ser ele. A relação deles era acabando e renovando. Ela não contava nada”, comentou.