As categorias de Melhor Ator e Melhor Atriz Coadjuvantes são historicamente muito disputadas. Mas este ano, na categoria feminina, parece que duas atrizes tomaram para si toda a atenção: vivendo papéis de mães em rota de colisão com as filhas, será difícil retirar o Oscar das mães interpretadas por Allison Janey e Laurie Metcalf, respectivamente indicadas pelos longas Eu, Tonya e Lady Bird - É Hora de Voar.
Duas atrizes experientes e com carreiras iniciadas ainda nos anos 1980, Allison e Laurie estão perfeitas. A primeira está irreconhecível como a mãe desalmada de Eu, Tonya, em que parece que veio ao mundo para fazer a filha sofrer. Na verdade, LaVona Harding, a mãe de Tonya (Margot Robbie) é inacreditável de tão ruim. Na melhor das hipóteses, ela parece repetir tudo o que sofreu em sua triste vida passada.
Tem algo de muito doentio no filme, que fica melhor cada vez que a mulher entra cena esculhambando a filha. O mau gênio de LaVona, entretanto, não pode ser comparado à Marion, a enfermeira que não compreende os devaneios da filha adolescente Christine (Saoirse Ronan), autoapelidada de Lady Bird, em Lady Bird - É Hora de Voar, de Greta Gerwig. Embora algumas faíscas surjam na relação entre as duas, há um amor escondido que a mãe reluta em expôr.
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A outra atriz com interpretação igualmente sólida é cantatiz Mary J. Blige, que faz uma mãe de família no Alabama dos 1940,
lutando contra a pobreza e a segregação racial, no bastante equilibrado Mudbound - Lágrimas sobre o Mississipi, de Dee Rees. A mulher altiva, que cria os filhos com amor e se iguala ao marido, também tem a compreensão das dificuldades da jovem mulher branca (Carey Mullingan) do patrão, em sua luta para vencer as adversidades de um meio ambiente hostil.
A inglesa Lesley Manville, figura carimbada nos filmes de Mike Leigh, faz uma mulher granítica em Trama Fantasma, de Paul Thomas Anderson. No papel da irmã do estilista Reynolds (Daniel Day-Lewis), Lesley tem bons momentos ao se apresentar como uma eminência parda que resolve todos os problemas que surgem em sua frente.
Já a experiente Octavia Spencer, dona de um Oscar da categoria por Histórias Cruzadas, na edição de 2012, não tem um personagem à altura das outras concorrentes em A Forma da Água. Durante todo o filme, ela tem apenas uma cena interessante, todas as restantes são em função da personagem de Sally Hawkins, a faxineira muda Elisa, que apaixona por criatura marinha.
Agora, vamos esperar a cerimônia de premiação domingo (4/3) para ver o que os membros da Academia decidiram.
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