Fátima Bernardes terá companhia de Alex Escobar no Carnaval do Rio

"Não tenho saudade da cobertura factual", diz a apresentadora sobre nova fase na carreira

Fotos: TV Globo/Divulgação
"Não tenho saudade da cobertura factual", diz a apresentadora sobre nova fase na carreira - FOTO: Fotos: TV Globo/Divulgação

Neste domingo e segunda-feira, dias 26 e 27, Fátima Bernardes apresentará, pela quarta vez consecutiva, a transmissão do Carnaval carioca na Globo. Mas em companhia nova: no lugar de Luis Roberto, entra Alex Escobar. E, apesar do imediatismo da narração dos desfiles das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro, Fátima garante que esse trabalho não a aproxima da rotina que vivia na época em que fazia parte da equipe de jornalistas da Globo. Pelo menos não mais do que o 'Encontro com Fátima Bernardes'. "O tipo de trabalho que faço hoje é muito ligado à atualidade, aos assuntos que estão nas rodinhas de conversa. Então, não tenho saudade da cobertura factual. E faço ao vivo diariamente", explica. 

Na entrevista a seguir, Fátima e Alex contam como se prepararam e quais as dificuldades que enfrentam nessa tarefa, além de defenderem um tom mais informal na cobertura. 

ENTREVISTA: FÁTIMA BERNARDES E ALEX ESCOBAR

Como foi a preparação de vocês para o Carnaval neste ano?

FÁTIMA BERNARDES - Visitei os barracões das escolas. Depois do 'Encontro', na parte da tarde, fui à cidade do samba para conversar com os carnavalescos do grupo especial. Encontrei componentes, intérpretes, um ou outro mestre-sala, enfim, é nessas horas que a gente tem a oportunidade de captar um pouco da escola. Recebemos um grande material com o roteiro dos desfiles, mas esse contato traz muitas informações importantes de bastidores.

ALEX ESCOBAR - O Carnaval tem duas preparações. A primeira é a visita aos barracões, as conversas com carnavalescos para, assim, ficar por dentro das novidades das escolas. A outra envolve a parte física: dormir bem pelo menos nos dois dias antes dos desfiles, preparar a voz e falar pouco.

Fátima, você trabalhou com telejornalismo durante muitos anos, mas, desde 2012, está à frente do 'Encontro'. A exibição em tempo real dos desfiles se assemelha a coberturas jornalísticas importantes? Esse tipo de trabalho faz você matar alguma saudade da rotina do telejornalismo?

FÁTIMA - O tipo de trabalho que faço no 'Encontro' é muito ligado à atualidade, aos assuntos que estão nas rodinhas de conversa. Então, não tenho saudade da cobertura factual. E faço ao vivo diariamente, podemos mudar um programa inteiro, de repente, se acharmos prudente trocar a pauta. Isso me deixa bastante feliz porque era exatamente o que eu buscava. Queria mesmo um formato que permitisse falar de atualidade, mas que também carregasse a parte de entretenimento, da brincadeira, da dança, da música... Carnaval é mais um trabalho, só que é diferente pela quantidade de horas que passamos no ar e de informação que é necessário absorvermos para tentar traduzir os enredos da melhor forma possível para quem está em casa. Mas isso não me aproxima mais do jornalismo do que o 'Encontro' já faz normalmente. 

Quais serão as principais diferenças da transmissão desse ano?

FÁTIMA - Estrearemos uma parceria nova: a minha com o Alex Escobar. Acho que vai ser tão bacana quanto foi com o Luis Roberto, nos últimos anos. São dois profissionais acostumados não só com a narração, mas a lidar com a emoção. Isso é bem importante, porque as pessoas envolvidas no Carnaval sempre mergulham nisso com bastante paixão. Eu e Alex visitamos juntos os barracões, conversamos sobre tudo que vimos. Alex é um cara voltado para o samba, é compositor, já concorreu com samba-enredo na União da Ilha, até chegou à final!

ALEX - Vamos acompanhar muito de perto essa mudança da diminuição de tempo para cada agremiação. São sete minutos a menos, ou seja, todas precisam reduzir o número de componentes e de carros no desfile. Vamos analisar o que cada uma fez, que estratégia foi adotada para se adaptar a isso. Uma coisa incrível também deste ano é que há um setor na passarela com dois jurados de cada quesito. Se a escola for mal ali, terá duas notas ruins. Se for bem, serão duas notas incríveis. Vai ser um momento muito decisivo dos desfiles e estaremos bem atentos para mostrar isso a quem estiver assistindo.

Qual a maior dificuldade na hora de apresentar os desfiles?

ALEX - Acho que não tenho dificuldades. Gosto muito de estar ali Talvez o depois seja o pior. Quando a adrenalina baixa, passa o último carro e encerramos a transmissão, bate um cansaço que não foi sentido antes. Mas aí é só dormir bem e se preparar para a noite seguinte.

FÁTIMA - A minha maior atenção é mesmo em relação ao meu descanso antes dos desfiles. Me preocupo em estar bem, com a voz animada e feliz. Mas é fácil, porque quando você ouve o primeiro toque da primeira bateria, para quem gosta de Carnaval e de música, não há sono ou cansaço que bata. Acho que levamos a transmissão com a mesma energia da primeira escola até a última. Antes, porém, eu procuro me alimentar de maneira leve, beber bastante líquido, mas nada de muito especial.

As transmissões de Carnaval da Globo têm adotado cada vez mais um tom informal. É complicado encontrar um limite nessa informalidade e descontração? É preciso buscar esse limite? 

FÁTIMA - O mais importante para quem narra é encarar com seriedade o trabalho que é feito por todas essas escolas. São muitos envolvidos, é o ápice de um ano inteiro de dedicação para milhares de pessoas. Tudo ali está sendo posto à prova, é quando muitos garantem o trabalho do ano que vem. Um espetáculo enorme que só tem uma exibição, então precisa dar certo. E a minha missão é passar esse respeito. Não me preocupo com informalidade, acho que ali vale tudo. Desde que, é claro, seja feito de forma respeitosa. 

ALEX - É legal abordar os detalhes de tudo que está sendo contado, mas acho que não podemos nos esquecer de passar o clima da avenida, a reação das pessoas, o que aquele desfile está provocando no ambiente. É como se estivéssemos convidando o telespectador. Carnaval é uma festa irreverente e informal mesmo Não temos a menor pretensão de fazer humor, mas há o objetivo de sermos bem-humorados.

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