GARANHUNS – O público ainda começava a chegar na Praça Mestre Dominguinhos, quando Herbert Lucena e a cantora alagoana Mel Nascimento ocuparam o palco principal do festival com um dos shows mais bem desenhados deste começo de semana. Com direito a uma composição inédita do mestre, a dupla apresentou, pela primeira vez em Pernambuco, o show “Sincopadamente Jacinto”
A dupla já havia apresentando o show uma vez em Palmeira dos Índios (AL), terra do mestre do coco de roda, falecido em Caruaru no ano de 2001. “Escorregar não é cair” é o nome da faixa inédita com a qual eles abrem o show e futuro disco. “Recebi uma fita cassete com a gravação (demo) de Jacinto há uns anos”, conta Herbert, dono de três prêmios da Música Brasileira.
A faixa começa com a vinheta de Jacinto acompanhado de seus instrumentos originais: acordeom, zambumba, triângulo, violão de sete cordas e cavaquinho. Em seguida, Mel e Herbert entram acompanhados de piano, quitara acústica e bateria suavizada por escovinhas. “Se fosse para fazer igual a Jacinto, seria melhor que o público escutasse mesmo Jacinto, que é incomparável. Queremos agregar outras sonoridades à obra dele”, diz Herbert.
Os arranjos de Alexandre Razek imprimem notas de jazz e bossa ao coco de Jacinto. O disco deve ser lançado até o final do ano, quando deve percorrer teatros e espaços mais intimistas do País.
Logo depois do “trio” Jacinto-Mel-Herbet”, o projeto Cantoria Agreste tomou conta do palco da Dominguinhos. Formado por Gennaro, Marcelo Melo, Sérgio Andrade e João Neto, o espetáculo idealizado pelo produtor Raphael Moura é inspirado na e homenageia a obra de Dominguinhos.
Clássicos dominguinianos como Eu só quero um xodó, Sanfona sentida, Lamento sertanejo e Arrebol ganham a companhia de canções de Luiz Gonzaga, , Geraldo Vandré e João do Vale. "São músicas que falam sobre a música do Agreste, usando como ponto de partida o trabalho de Dominguinhos”, diz Marcelo.
Num show afinadíssimo, o MPB 4 encerrou a noite celebrando cinquenta anos de carreira com um repertório que colocou a praça para cantar cada letra. De Paulinho da Viola a Tom Jobim, Vinícius e o Chico Buarque de Holanda com o qual, num festival da canção, o quarteto entrou para a história da música brasileira com Roda Viva – a música que, incitando vários “fora Temer” na plateia, fechou a noite.
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Com uma sonoridade que pode estar, talvez, sinalizada em alguma latitude entre Mano Chao e Nação Zumbi, a banda méxico-brasileira surgida em Campinas (SP) Francisco El Hombre fez uma apresentação pra ficar na história do FIG.
Por volta das 22h, ocuparam o palco-tablado diante do Som da Rural, o veículo-arena musical do produtor Roger de Renor que, nesta edição, vem ocupando com mais força o papel que já foi apenas do Palco Pop: abrigar a música mais propositiva do cenário nacional no momento em que ela começa a eclodir. A harmoniosa Triste, Louca ou Má fez o público cantar com fervor. Numa noite chuvosa de segunda-feira, eles lotaram esse pólo classicamente alterna do Parque Euclides Dourado.