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Maria Bethânia homenageia Naná Vasconcelos em show no Recife

Em noite na qual revisitou grandes sucessos de sua carreira, cantora celebrou o "amigo e mestre"

JC Online
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Publicado em 19/03/2017 às 8:45
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O preciosismo é parte indissociável da arte de Maria Bethânia. Senhora das interpretações intensas, dos gestos certeiros que mais parecem extensões das composições, ela faz do palco seu santuário e do canto seu ritual. Por isso, torna-se compreensível seu incômodo quando problemas técnicos desviam a atenção do público do objetivo principal da apresentação: a simbiose com a filha de Dona Canô. Durante sua apresentação no Classic Hall, sábado (18), uma falha no sistema de som, logo no início da performance, fez com que ela precisasse reiniciar o roteiro. Nada, no entanto, que tirasse o brilho de uma noite marcada por alguns dos maiores sucessos da prolífica carreira da cantora.

A falha técnica ocorreu logo na primeira canção, Emoções. Era quase impossível ouvir o que a cantora falava. Na plateia alguns fãs começaram a gritar "aumenta o som". Bethânia saiu momentaneamente do palco enquanto o problema era resolvido. Durante este período, foi entoado um "Fora Temer" e, em menos de cinco minutos, a Abelha Rainha (como é conhecida por seus fãs), retornou, repetiu a primeira música e se desculpou com os fãs.

De fato, a falha havia sido resolvida, mas o áudio deixou muito a desejar. Bethânia é uma cantora que, como poucas, entende o poder da interpretação, da potência da palavra. Por isso, é importante que se apresente em um local com acústica igualmente impecável, o que não foi o caso. Dependendo do lugar que você estivesse na plateia, se tornava tarefa árdua entender as canções e textos declamados pela cantora.

HOMENAGEM

Porém, filha de Iansã como é, Bethânia manteve a classe que lhe é característica e entregou um show com repertório irretocável. Ela revisitou algumas das canções que viraram clássicos em sua voz, como Negue, Fera Ferida, Um Índio e A Dona do Raio e do Vento, recitando ainda a Ave Maria dos Índios do Brasil.

Um dos pontos mais emocionantes da noite, no entanto, foi a homenagem a Naná Vasconcelos. Grande amiga do músico pernambucano, falecido em 2016, Bethânia entoou Frevo nº 2 do Recife, enquanto imagens de Naná e dela, na abertura do Carnaval de 2007, eram projetadas. "Saudade, saudade tão grande que eu sinto", diz a música que, na voz de Bethânia, é elevada a outras potências. "Obrigada, Naná, pela sua música. Obrigada, meu amigo; obrigada, meu mestre. [Esta noite] os aplausos são todos seus", disse, sendo ovacionada.

Ao cantar a canção final antes do bis, Non, Je Ne Regrette Rien, hino de todos aqueles que amaram, perderam, erraram, venceram e, sobretudo, continuam tentando, Bethânia lança a dose de drama (no melhor sentido da palavra) que lapidou à maestria, encaminhando seus espectadores por uma viagem emocional que passa, antes de tudo, pela delícia de ser e viver, independente dos altos e baixos.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
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