Ok, teve Star Wars, o Quico de Chaves, as milhões atrações da cultura nerd - melhor dizer, da cultura pop mesmo. Os quadrinhos, no entanto, uma das bases para todas essas paixões por heróis e universos narrativos, foi bastante contemplado na CCXP Tour Nordeste desta sexta (14), no Centro de Convenções.
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DC COMICS
A primeira mesa sobre o tema trouxe quadrinistas da DC Comics para debater seus trabalhos e as adaptações para o cinema. O grupo reunido não era nada desprezível: Glenn Fabry, um dos maiores capistas da história, responsável por Preacher e Constantine, Paul Pope, de Batman: Ano 100, Jock, de Aquaman, e dois brasileiros com trabalhos importantes na empresa, Ed Barrows e Ivan Reis.
O auditório Twitch ficou lotado para ver a conversa. Ivan Reis falou sobre seu trabalho com Aquaman, que virou uma das inspirações para o primeiro longa do personagem. "Deram a opção de eu escolher que herói eu queria desenhar. Eles não acreditaram que eu queria o Aquaman. Mas a HQ ficou boa porque foi resultado de um trabalho sem pressão, também", disse o desenhista.
Jock falou sobre Aquaman e a série Arrow - um dos momentos hilários da mesa foi quando ele confessou que nunca tinha visto muito mais do que as cenas de Oliver Queen perdido na ilha, que foram bastantes inspirados em trabalhos seus. "Soube quando estava num evento de quadrinhos e os produtores, que iam lançar a série, me disseram isso", apontou.
Quando falavam de adaptações, Glenn Fabry comentou da relação difícil de pessoas como Allan Moore com versões cinematográficas. Constantine, que Fabry já desenhou, virou filme protagonizado por Keanu Reeves, mas a história terminou saindo da tradição do personagem - no cinema, Constantine não fuma e nem bebe, traços fundamentais do seu caráter destrutivo.
Paul Pope falou sobre seu Batman: Ano 100. "Todos os Batmans eram uma mistura de Sherlock Holmes com ficção científica. "O que me impressiona no personagem de Batman é que ele, ao contrário de outros superheróis, é totalmente humano", afirmou o quadrinista. No fim, ele ainda exaltou um filme da... Marvel. "Por que não estamos falando de Logan?", comentou, para delírio do público
MARVEL
A grande atração do painel da Marvel foi Bill Sienkiewicz, o desenhista da icônica graphic novel Elektra: Assassina. Ele disse se sentir um "morador" do Recife, confessou nunca ter visto o desastroso filme da personagem protagonizado por Jennifer Gardner e declarou seu amor por Elektra ao comentar a série Demolidor, da Netflix. "Ela está ótima, mas eu sempre estranho ver Elektra como coadjuvante ou secundária. Ela nasceu para ser protagonista”, afirmou.
Gustavo Duarte, dono de um trabalho autoral e também ilustrador de Guardiões da Galáxia, filme que foi um sucesso inesperado no cinema, anunciou que trouxe uma homenagem para o Recife. Fã de Chico Science e de boas capas de disco, ele criou uma edição limitada de Rocket, personagem dos Guardiões, como um mangueboy.
Sempre engraçado, Mike Deodato comentou sobre seu hábito de usar rostos de famosos para personagens de quadrinhos e, vez ou outra, cutucou a presença da DC nos cinemas. Já Tom Raney, que ilustrou os X-Men, comentou sobre a trajetória dos heróis no cinema, com filmes bem-sucedidos desde os anos 2000.O
ARTIST'S ALLEY
No lugar de venda e autógrafos de quadrinhos o público pode conferir uma boa gama da produção local, regional e nacional. Desenhos, impressões e lançamentos eram comprados das próprias mãos dos autores. Destaque novamente para Sienkiewicz, que mobilizou uma fila grande para comprar seus posters - cada um custava R$ 70, enquanto o desenho exclusivo, feito na hora, no formato completo podia chegar a 400 dólares.