A Polícia Federal (PF) continua nesta quinta-feira (6) os trabalhos de perícia no Museu Nacional. A expectativa é de que a perícia seja concluída até domingo (9). Na segunda-feira (10), segundo a vice-diretora do museu, Cristiana Serejo, deve começar o trabalho de escavação e pesquisa dos escombros.
Nesta quinta-feira, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, se reuniu com técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para debater os trâmites da liberação de um financiamento de R$ 21,7 milhões contratado em 6 de junho para obras no Museu Nacional. Após o incêndio que destruiu o prédio no último domingo (2), agora o dinheiro deve ser usado para a reconstrução também na recuperação de parte do acervo.
"Museu é acadêmico"
Em discurso durante uma plenária realizada na frente do museu, para comemorar os 98 anos da UFRJ, Leher criticou o que classificou como "politização do debate sobre o incêndio": "O museu não é um lugar de objetos interessantes, é um lugar de pesquisa e produção de conhecimento. Não se pode ter racionalidade mercantil (para administrá-lo), porque o museu é acadêmico", afirmou. "Argumenta-se que temos aversão a buscar recursos no setor privado, pela Lei Rouanet. Nós apresentamos projetos: prevenção de incêndio e pânico, reforma do telhado e outros. Pedimos R$ 17 milhões, conseguimos R$ 1 milhão. Não é verdade que o setor privado não teve oportunidade de ajudar o museu", afirmou.
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"Queremos que (a reconstrução) entre no Orçamento da União, não vamos aguardar doações, isso tem que ser assegurado pelo Poder Público. Vamos ter apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram)", afirmou.
O diretor do Museu Nacional, Alex Kellner, também criticou a politização do debate sobre o museu. "A gênese do nosso País está aqui, neste prédio. Não é hora de discutir modelo de gestão, é hora de reconstruir", afirmou. "(Este momento) Está doendo muito", resumiu.
Na manhã desta quinta-feira, pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ (Coppe-UFRJ) usaram drones para sobrevoar o prédio e até mesmo ingressar em salas, na tentativa de identificar peças que tenham resistido ao incêndio.