O estádio de Saranski, na Rússia, presenciou um dia feito histórico para o futebol mundial. Pela primeira vez em Copas do Mundo, uma seleção asiática superou um rival sul-americano. Em um jogo bastante disputado e marcado por uma expulsão logo no início, a aplicação da seleção japonesa se sobressaiu contra a ginga e a malícia da Colômbia. O placar de 2 a 1 deixa o Japão com boas chances de alcançar a classificação para a fase de mata-mata.
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A Colômbia chegou à Rússia apontada como uma das favoritas a conseguir uma vaga no mata-mata, além do embalo pela melhor campanha da história do país na última Copa, no Brasil. Porém, do outro lado havia um Japão cada vez mais consolidado como principal força do futebol asiático, chegando à sua sexta participação consecutiva em mundiais.
O jogo
E os japoneses surpreenderam logo no início. Em um ataque veloz após erro de passe colombiano aos três minutos, Ospina saiu da meta para defender chute de Osako. No rebote, Kagawa bateu para o gol aberto, mas a trajetória foi interrompida pelo braço direito do volante Carlos Sanchez. Nem foi necessário acionar o apoio de vídeo para o árbitro Damir Skomina marcar a penalidade e mostrar o cartão vermelho. O próprio Kagawa converteu.
Apesar da vantagem numérica no placar e na quantidade de jogadores em campo, o Japão não conseguiu frear o ímpeto da Colômbia. Mesmo com James Rodríguez - destaque na Copa de 2014 - poupado no banco de reservas, o time partiu para cima, buscando a todo momento jogadas aéreas com Falcão Garcia. O camisa nove teve duas oportunidades, aos 11 e 33 minutos, mas não conseguiu finalizar bem.
Foi quando entrou em ação um fator bastante inerente ao futebol sul-americano e pouco presente no estilo asiático. A malícia de Falcão Garcia, ao cavar uma falta na ponta esquerda da área adversária, e de Quintero, ao cobrar rasteiro por baixo da barreira, deram a igualdade no placar aos 38 minutos. O goleiro Kawashima, que chegou atrasado no lance, até tentou ser malandro e enganar a arbitragem, mas a tecnologia da linha do gol confirmou o que era evidente. O Japão ainda teve raras boas chances no primeiro tempo, mas esbarrou nas finalizações ruins, sobretudo com Osako.
2° Tempo
Se no placar havia igualdade, em campo a Colômbia ainda tinha um jogador a menos. O Japão tentou tirar proveito disso, pressionando pelas pontas. Aos oito minutos, Osako parou novamente em Ospina, após se livrar bem da marcação. Mais habilidoso, Inui obrigou o goleiro colombiano a fazer uma grande defesa em chute colocado, aos onze.
Tentando aliviar a pressão sobre seu time, o argentino José Pékerman acionou James Rodríguez aos 13 minutos. Por sua vez, logo em seguida, o técnico Akira Nishino colocou em campo o seu jogador mais experiente, Keisuke Honda.
O ímpeto dos asiáticos continuou, sempre aproveitando a velocidade para minar os espaços da defesa colombiana. Já desgastados fisicamente por jogar em desvantagem praticamente desde o início do jogo, os colombianos cederam. Aos 28 minutos, em escanteio, Osako subiu mais que a marcação e desviou de cabeça, sem chances para Ospina defender.
A partir disso, a Colômbia tentou retomar o controle que apresentou no primeiro tempo, com James Rodríguez tendo a melhor chance aos 32 minutos, mas teve o chute desviado. O Japão passou controlar mais a saída de bola e manteve o ritmo até o final. Vitória histórica, que representa ainda um passo importante para o Japão, na busca pela terceira classificação para as oitavas de finais.
Escalações
Colômbia 1
Ospina; Arias, Davinson Sanchez, Murillo, e Mojica; Carlos Sanchez, Lerma, Cuadrado(Barrios), Quintero(James Rodríguez) e Izquierdo (Bacca); Falcão Garcia. Técnico: José Pékerman
Japão 2
Kawashima; Sakai, Yoshida, Shoji e Nagatomo; Hasebe, Shibasaki(Yamaguchi), Haraguchi, Kagawa(Honda) e Inui; Osako(Okazaki). Técnico: Akira Nishino