Desentendimento

Desavenças políticas do Náutico interferem dentro de campo

Zé Teodoro, campeão Pernambucano de 2004 pelo Timbu, revela que em 2013 sofreu com os bastidores do clube

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 24/06/2017 às 15:04
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Zé Teodoro, campeão Pernambucano de 2004 pelo Timbu, revela que em 2013 sofreu com os bastidores do clube - FOTO: Foto: JC Imagem
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Está mais do que claro que as divergências políticas que o Náutico atravessa têm influenciado diretamente no rendimento do time em campo. Já se vão 13 anos que os torcedores alvirrubros não sabem o que é soltar o grito de campeão. Quem pôde evidenciar isso na prática foi Zé Teodoro. Em 2004, o treinador conquistou o título do Pernambucano (último troféu levantado pelo Timbu), permaneceu até o final do ano - último técnico do Náutico a ficar no cargo a temporada inteira - e, por pouco, não conseguiu o acesso à Série A. Porém, na sua segunda passagem pelo clube, em 2013, Zé encontrou uma situação completamente diferente e não conseguiu desenvolver o seu trabalho.

“Em 2004 fizemos um trabalho planejado. Ricardo Valois (presidente da época) acreditou no projeto e nos bancou. Ele nos deu tempo necessário para avaliar os garotos da base e ir dando as oportunidades. Inclusive, naquele ano, lançamos Jorge Henrique. Montamos um time com garotos e alguns jogadores experientes, que tinham sido campeões em outras equipes. Mas contratamos com os pés no chão, sem fazer loucuras. Mas, acima de tudo, existia uma união muito grande da diretoria, da comissão-técnica, dos funcionários e dos atletas. Por isso que deu resultado", contou Teodoro.

Na temporada de 2013, o ex-técnico alvirrubro encontrou um outro cenário. “Ali a situação foi completamente diferente. O presidente (Paulo Wanderley) estava mais preocupado em fazer negócios e vender jogadores. Isso refletia no dia a dia e no nosso trabalho de campo. Nos bastidores, a oposição prejudicava muito a entidade. O Náutico é uma marca forte e precisa de mais união. Não pode estar na rabeira da Série B e brigando pra não cair. A diretoria precisa se unir e viver intensamente essa situação adversa que o clube atravessa para tirar o Náutico dessa crise”, comentou o treinador.

VISÃO DO ATLETA

Quem também corroborou com o pensamento de Teodoro foi Rodolpho. Campeão estadual pelo Timbu em 2002 e 2004, o ex-goleiro retornou para o alvirrubro para o biênio 2015 e 2016, e também percebeu muitas diferenças nos bastidores do clube que, para ele, acabam prejudicando o desempenho dos atletas.

“Quando se passa muito tempo convivendo com derrotas e frustrações, campanhas de sobe e desce de divisão, acaba criando uma irritabilidade. Quem está de fora começa a fazer oposição, o que é normal. Mas deveria ser de forma sadia e não como acontece no Náutico. Quem não está no poder se afasta e só pensa em criticar quem está no comando. Deveriam ajudar e não minar. Tem de acabar com isso. Para o Náutico voltar a vencer precisa acabar com esse tipo de vaidade”, disparou.

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