Aflitos x Arena

Náutico quer resgatar a sua identidade e jogar novamente nos Aflitos

Os alvirrubros não se adaptaram à Arena de Pernambuco, mas ex-dirigentes apontam campanhas ruins para afastamento da torcida

Davi Saboya e Filipe Farias
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Davi Saboya e Filipe Farias
Publicado em 24/06/2017 às 16:17
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Os alvirrubros não se adaptaram à Arena de Pernambuco, mas ex-dirigentes apontam campanhas ruins para afastamento da torcida - FOTO: Foto: JC Imagem
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A volta aos Aflitos é um desejo de uma parte esmagadora da torcida do Náutico, que não se identifica longe do antigo reduto. Inclusive, os sócios já decidiram pelo retorno em Assembleia Geral. No entanto, é preciso reformar o estádio para poder receber novamente os jogos. O que gera um custo que o alvirrubro não tem no momento e trabalha com uma Comissão Paritária para captar a verba necessária. “O retorno aos Aflitos vai marcar o reencontro do Náutico com o seu torcedor. Esse é o meu principal objetivo enquanto presidente do Conselho e peço o apoio para a comissão paritária”, afirmou o presidente do Conselho Deliberativo, Gustavo Ventura.

Em 2011, sob a liderança do ex-presidente Berillo Júnior, o Náutico assinou o contrato junto ao Consórcio que administrava a Arena de Pernambuco e que previa o Timbu jogar por 30 anos em São Lourenço a partir de maio de 2013. Ano em que o clube era presidido por Paulo Wanderley. Na época, os dois ex-mandatários concordavam com a ida para o novo estádio.

Atualmente, a opinião é diferente. “Sou a favor de voltar aos Aflitos. Com o público de cerca de 2 mil torcedores, todo jogo é prejuízo. Antes ganhava R$ 500 mil e não tinha nenhum custo. O Náutico está pagando para jogar na Arena. É totalmente diferente”, disse Berillo Júnior. “Do jeito que o Náutico está jogando na Arena, voltar para os Aflitos é primordial. O que justificava era a receita que existia”, completou Paulo Wanderley.

OUTRA VISÃO

Apesar do clamor dos alvirrubros para que o Náutico volte a atuar no Eládio de Barros Carvalho, o ex-presidente do clube, André Campos, não culpa à Arena de Pernambuco pelos maus resultados do Timbu nos últimos anos e nem pela ausência de torcida nas arquibancadas. “É claro que você deixa de ter uma identidade jogando em outro estádio. Já tinha uma tradição atuando nos Aflitos. Mas o grande problema é que o Náutico não conseguiu montar times competitivos nos últimos anos. Se tivesse montado equipes fortes de 2013 pra cá, com certeza encheria a Arena”, afirmou.

Outro que compactua da mesma opinião é Ricardo Valois. “É lógico que tinha a mística dos Aflitos, mas temos de lembrar que os nossos últimos três títulos conquistamos no Arruda. Além disso, também tivemos tristezas nos Aflitos. A ida do Náutico pra Arena deu um ‘upgrade’ no clube. Recebemos recursos na época que nos possibilitaram terminar obras do CT e o hotel. Mas, infelizmente, o momento do time não foi bom quando fomos jogar lá (em São Lourenço). Caímos para a Série B em 2013 e batemos na trave nos anos seguintes. Se tivesse subido para a Primeira Divisão, no ano passado, contra o Oeste, a Arena hoje estaria lotada”, contou. O Náutico está tentando levar seus jogos para o Grito da República, em Olinda, até poder jogar outra vez nos Aflitos.

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