No dia do aniversário de 117 anos do Náutico e a 24 horas da decisão do Estadual, o JC conversou com o ídolo Kuki sobre as semelhanças entre os times de 2001 e 2018. O ex-atacante foi peça fundamental nos três títulos do Timbu no século e comparou as campanhas, marcadas por jejuns, reconstrução de equipes e até passagem na Série C. Kuki também deu dicas para o elenco, falou sobre a presença em peso da torcida amanhã na Arena e elogiou o atual elenco alvirrubro.
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Em 2001, o Náutico não conquistava um título há 12 anos e tinha passado pela Série C em 1999. Assim como na atual temporada, reformulou totalmente a equipe, contratando vários jogadores desconhecidos. Tentando o hexacampeonato estadual, o Sport era o grande favorito do Pernambucano.
“Sem dúvidas são campanhas muito parecidas. Quando cheguei, em 2001, era um jogador buscando lugar ao sol. Tinha 29 anos e o Náutico foi o meu primeiro time de expressão. Muitos jogadores também vieram nessa condição. O salário era bem baixo, enquanto o Sport, que poderia conquistar o hexa naquela temporada, já tinha gente com salário astronômico. Fomos galgando nosso espaço, trabalhando e conseguimos o título. Naquele ano, tínhamos dois carros-chefe: o volante Sangaletti e o meia Wallace, assim como hoje tem Wendel e Ortigoza”, afirmou o ex-atacante do Timbu.
Kuki explicou que vários jogadores, principalmente os mais novos, pediram conselhos para a final de amanhã. “A gente procura conversar e dar dicas principalmente com o pessoal da base. Mas neste momento é preciso deixar o jogador à vontade, não colocar um fardo nas costas deles. Não podemos fazer eles sentirem uma pressão tão grande que não consigam desenvolver o seu melhor. Tem que saber como chegar, falar e mexer com eles. Mostrar a importância desse título para alavancar a carreira. O Náutico tem muita visibilidade”, disse.
Sobre a torcida, Kuki ressaltou a importância de uma Arena lotada amanhã contra o Central. “Torcedor pernambucano é apaixonado e vive futebol. É bom ter o torcedor ao seu lado. A Arena vai estar lotada. Logo na chegada, tem aquela Avenida Alvirrubra, que é algo fantástico. Quem já participou de dentro do ônibus sabe que é de se emocionar. Quando forem aquecer, já vão estar sentindo realmente o que é o torcedor do Náutico. Esse grupo está resgatando a auto-estima dos alvirrubros”, comemorou.
TORCEDOR
Em um dos camarotes da Arena, Kuki é conhecido por ser tão frenético quanto Roberto Fernandes durante as partidas. “Ali de cima você não pode ajudar. Eles não escutam a sua voz (risos), mas sabem que terão um torcedor e amigo torcendo pelos jogadores, para conquistarem esse título e darem de presente de aniversário pro torcedor alvirrubro”, finalizou.