Nem todos os ex-presidentes do Sport condenam o trabalho que Arnaldo Barros está desenvolvendo no clube. A reportagem do Jornal do Commercio procurou os dois antecessores do mandatário leonino, que rebateram às críticas direcionadas ao dirigente rubro-negro, defenderam a atual gestão e condenaram a antecipação do debate eleitoral - votação só acontece no final do ano.
Para João Humberto Martorelli, Arnaldo não ficou isolado, apenas adotou uma postura que achava ser a mais adequada para conduzir o clube. “Ele (Barros) está isolado de alguns ex-presidentes que fizeram oposição a ele nas últimas eleições, pois eles não desceram do palanque. Ficaram inconformados com a derrota e, desde então, estão criando incidentes e antecipando o debate eleitoral. O que pra mim é um sintoma claro de inconformismo pela perda do poder. Eles se julgam donos do clube e querem a desestabilização da presidência com vista às próximas eleições”, disparou.
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Ainda segundo o antecessor de Barros, a atitude do presidente do Sport está correta de não ir para o confronto nesse momento. “Disse durante toda a minha gestão: não vou subir no ringue com ninguém, porque ao subir, não conseguirei administrar o clube. E é isso que Arnaldo está fazendo, pois ele precisa gerir o clube. Não tem de estar de bate-boca com ex-presidentes, principalmente aqueles mal-intencionados, que só querem fazer política”, falou Martorelli.
Ao contrário da reprovação ao futebol que o Sport vem apresentando nos últimos anos, Gustavo Dubeux, presidente do Leão em 2011 e 2012, tem outra visão e pontua alguns pontos de destaque na gestão Arnaldo. “Estamos vivendo uma situação inédita, que é a permanência do Sport pelo quinto ano seguido na Série A - de 2014 para cá. Isso significa a manutenção de patrocínios, formação de novos torcedores, cotas de televisionamento e valorização da marca. No ano passado, que estive à frente do departamento de futebol, no primeiro semestre fomos campeões do Pernambucano, fomos à final do Nordestão, chegamos em uma posição boa na Copa do Brasil e atingimos a inédita quartas de final da Sul-Americana. Isso tudo é muito positivo”, valorizou.
FINANÇAS
Com relação ao ressurgimento dos atrasos salariais após anos de situação financeira equilibrada no Leão, José Moura, presidente no biênio (1979-1980), não escondeu a dificuldade para se administrar uma instituição da grandeza do Sport.
“O Sport nunca teve folga financeira. Administrar financeiramente o clube sempre foi tarefa árdua para todos os presidentes, tanto que sempre foi necessário se antecipar receitas e adotar outras estratégias de captação de recursos. Eu recordo que a partir de Gustavo Dubeux iniciamos um processo de saneamento financeiro. Acompanhei e sei do esforço que foi e que está sendo feito para manter as contas em dia. No último ano e até agora, a crise econômica que assola o País também alcançou os clubes de futebol. O Sport, por estar em transição na mudança de patamar no cenário nacional, enfrenta essas dificuldades de forma mais intensa”, disse.