Quando o árbitro gaúcho Anderson Daronco apitou, aos 48 minutos do segundo tempo, o final da partida Sport 2x1 Santos, no último domingo, se encerrava ali a participação do Leão na Série A 2018. Porém, a temporada rubro-negra está longe de terminar. Apesar de a gestão do presidente Arnaldo Barros encerrar nesse mês - as eleições acontecem no próximo dia 18 -, a atual diretoria ainda tem muitas pendências a resolver no clube: atrasos salariais com elenco e funcionários, receitas a receber de patrocínios e negociações, além de tentar reaver na Justiça a outra metade do valor da transação de Diego Souza para o São Paulo - que depositou R$ 5 milhões em juízo.
É bem verdade que, após o rebaixamento à Série B, o Sport já vai iniciar 2019 com uma situação financeira bastante crítica por conta da queda abrupta de receita. Mas esse rombo administrativo pode e precisa ser minimizado. Isso porque, amanhã, o elenco rubro-negro vai completar quatro meses de salários atrasados. Todos os jogadores que têm contrato com o clube, inclusive, podem acionar a Justiça para solicitar a rescisão contratual - segundo o Artigo 31 da Lei nº 9.615 (Lei Pelé).
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A soma desses quatro meses em aberto com o atual plantel leonino gira em torno de R$ 10 milhões (a folha salarial é cerca de R$ 2,5 milhões). Entretanto, as dívidas não se limitam aos atletas, mas também aos funcionários do clube, que também convivem com o mesmo período de atraso, onerando ainda mais o passivo do clube.
A atual diretoria rubro-negra está confiante de que vai deixar o clube com uma situação financeira não tão crítica. A esperança para que isso aconteça e as pendências sejam quitadas está depositada no elevado montante que o Sport tem a receber. Uma delas é a segunda parte do patrocínio da Caixa Econômica Federal (R$ 1,4 milhão), duas parcelas referentes a venda do atacante André para o Grêmio (uma agora em dezembro e outra em janeiro, cada uma no valor de R$ 1,3 milhão), mais R$ 1 milhão da
“cláusula de vitrine” da negociação do volante Anselmo com o Al Wehda, da Arábia Saudita, além de parte da venda de Diego Souza para o São Paulo - o Fluminense acionou a Justiça, que bloqueou R$ 5 milhões, metade do valor da transação. O clube carioca alega que tinha direito a 50% dos direitos do atacante. Caso entre toda essa receita, o clube totalizaria R$ 10 milhões nos cofres.
QUEM FICA
Com a queda para a Segundona - e a menor receita -, o elenco do Leão deve ser bastante reformulado para a próxima temporada. Do atual elenco, 17 jogadores terão os seus vínculos encerrados no próximo dia 31 (ver na arte ao lado). Desses, apenas o volante Marcão deve ser procurado para renovar com o clube (por ter rendido em campo e por se enquadrar na nova realidade financeira do Sport).
Por outro lado, 21 atletas têm contrato com o clube até dezembro de 2019 ou por período mais longo. Thallyson, Fabrício, Ronaldo, Lenis, Samuel Xavier e Juninho retornam de empréstimos e precisam se reapresentar ao Rubro-negro no início da próxima temporada.