A Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro segue tentando esclarecer o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, registrado nessa quarta-feira (14). A Polícia Federal auxilia as investigações, mas a chefia das investigações fica a cargo da Polícia Civil. Veja o que se sabe até agora sobre o crime:
Onde Marielle estava antes de morrer?
Pouco antes de ser morta, Marielle participou de um evento chamado “Jovens negras movendo as estruturas”, na Lapa, no Centro do Rio.
Segundo a irmã, Marielle tinha a preocupação em encerrar os eventos cedo, antes das 21h, mas não por causa da própria segurança, mas das demais mulheres que participavam dos encontros.
Reprodução |
Onde aconteceu o assassinato?
Marielle voltava para sua residência na Tijuca, na Zona Norte do Rio, quando foi morta a tiros na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, na região central da cidade, por volta das 21h30. A parlamentar e sua assessora viajavam no banco de trás do carro dirigido pelo motorista Anderson Gomes, quando os criminosos emparelharam, atiraram pelo menos nove vezes, e fugiram.
Mauro Pimentel/AFP |
Quantos tiros atingiram Marielle?
A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça, enquanto o motorista foi baleado três vezes nas costas. Os dois morreram no local do crime. A assessora de Marielle sobreviveu ao ataque. Ela foi ouvida como testemunha e receberá proteção do estado.
Possível motivação do crime
Nessa quinta-feira (15), o chefe da Polícia Civil do Estado do Rio, Rivaldo Barbosa, não quis confirmar a hipótese de execução alegando sigilo nas investigações, mas afirmou que a polícia "não descarta nenhuma possibilidade". A irmã de Marielle Franco declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo não ter dúvidas de que a vereadora do PSOL foi executada. "Só não sei de onde veio", disse em relação à autoria.
A vereadora estava sofrendo ameaças?
Segundo o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), nem parentes nem amigos tinham informações de que Marielle estivesse sofrendo ameaças. Para a irmã da vereadora, o assassinato deve ter sido planejado recentemente. "Acho que foi algo tão rápido que não teve nem tempo de fazer ameaça", afirma.
Disque Denúncia recebeu ligações sobre morte
Ao longo da quinta-feira (15), o serviço Disque Denúncia do Rio de Janeiro recebeu dez ligações com informações sobre o assassinato. O conteúdo das ligações não foi divulgado, já que o serviço garante o anonimato e transmite as informações exclusivamente à polícia.
Polícia Federal auxilia investigação
A Polícia Federal irá auxiliar as investigações envolvendo o assassinato da vereadora e do motorista, mas a chefia das investigações ficará a cargo da Polícia Civil do Estado do Rio. Isso ficou acordado durante encontro entre o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no fim da tarde dessa quinta-feira (15).
Crime premeditado
Segundo a UOL, um dos agentes que participam deste trabalho confirmou que existe a possibilidade de um segundo veículo ter participado da execução da vereadora e do motorista, Anderson Pedro Gomes, que dirigia o carro em que ela estava presente. A expectativa se dá pelas imagens das câmeras de segurança que trazem indícios de uma cobertura na movimentação de onde partiram os disparos.
Os tiros atingiram a parte traseira do carro, do lado direito, justamente onde Marielle estava sentada. A Polícia Civil acredita que os criminosos sabiam dessa informação de forma preliminar, uma vez que os vidros do veículo eram suficientemente escuros para ter essa percepção imediata. A principal hipótese é de que o crime teria sido premeditado.
Identificação dos suspeitos
A placa de um carro suspeito de levar os criminosos envolvidos nas execuções foi identificada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. De acordo com os investigadores, dois homens parados dentro de um veículo por duas horas nas redondezas da Casa das Pretas, na rua dos Inválidos, na Lapa, foram identificados através das imagens de câmeras de segurança. A placa é de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense.
Trabalho de forma integrada
Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, estão trabalhando de forma integrada no caso as Polícias Civil, Militar, Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Secretaria de Segurança e a inteligência das Forças Armadas.
Marielle era representante de minorias
Mulher, jovem, negra, da favela. Marielle Franco transformou essa difícil combinação de fatores no motor de sua luta, nas ruas, ou na Câmara dos Vereadores, e não deixou de levantar a voz contra o racismo, o machismo e os abusos policiais no Rio de Janeiro. A longa carreira de ativismo de Marielle começou nas favelas, passando por organizações como Brasil Foundation e Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré. Em 2016, ela recebeu mais de 46 mil votos e foi eleita para o primeiro mandato como vereadora.
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