Os Estados Unidos enviaram 15 presos que estavam em Guantánamo para os Emirados Árabes na segunda-feira (15), na maior transferência do tipo realizada no governo do presidente Barack Obama. O líder americano busca retirar a maioria dos prisioneiros da prisão localizada em território cubano antes de deixar o cargo, em janeiro.
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A transferência de 12 iemenitas e três afegãos deixa Guantánamo com 61 detentos, uma queda significativa dos 242 homens mantidos ali em 2009, quando Obama assumiu. O presidente ainda está, porém, distante de sua promessa de fechar a prisão.
O governo democrata enfrenta resistência do Congresso e do Pentágono em relação ao fechamento da prisão. Desde sua abertura, após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a prisão já manteve quase 800 detentos. O governo Obama liberou quase 200, enquanto 532 foram soltos durante o governo de George W. Bush.
Nos últimos meses, as transferências envolveram cada vez mais Obama, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o vice-presidente Joe Biden, que em alguns momentos trabalharam para "fechar o acordo" com líderes estrangeiros sobre o recebimento ou a repatriação de detentos, disseram funcionários. Os EUA geralmente pagam aos governos estrangeiros para monitorar os presos transferidos e também bancam os custos para realocar essas pessoas, como aulas de idiomas e cursos vocacionais. O custo pode chegar a US$ 100 mil por pessoa, disseram as fontes.
Fontes ligadas ao assunto disseram que os EUA em geral realiza monitoramento eletrônico nesses ex-detentos. Nos Emirados Árabes, os 15 homens devem entrar em um programa de reabilitação que busca "desradicalizar" os ex-presos, disse um graduado funcionário. Os ex-detentos de Guantánamo ficarão em poder das autoridades, até que elas decidam que eles podem ser liberados com risco mínimo. Segundo a fonte, os Emirados Árabes não receberão o dinheiro em geral dado pelos EUA por detento.
As eleições de novembro podem ter papel crucial sobre o futuro de Guantánamo. O candidato republicano, Donald Trump, já disse que gostaria de expandir a cadeia, enquanto a candidata democrata, Hillary Clinton, afirmou que a prisão prejudica a reputação dos EUA no exterior e mina iniciativas diplomáticas. Fonte: Dow Jones Newswires.