O ministro da Educação Mendonça Filho comemorou a decisão do Ministério da Saúde em manter a construção da fábrica do fator recombinante VII no polo da Hemobrás no município de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. Mendonça participou de reunião nesta terça-feira (15) com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, com o presidente Michel Temer (PMDB) e os demais ministros pernambucanos, Fernando Filho, de Minas e Energia; Bruno Araújo, das Cidades e Raul Jungmann, da Defesa.
"Nós, desde o primeiro momento atuamos, eu, Fernando Filho, Raul Jungmann e Bruno Araújo, junto ao presidente Temer e junto ao próprio ministro da Saúde para colocar claramente que não seria admissível que Pernambuco pudesse ser penalizado com a retirada do projeto, que vem de longe, ainda do governo Jarbas, inclusive eu autorizei a doação de terreno quando era governador de Pernambuco lá em Goiana", afirmou Mendonça, em entrevista à Rádio Jornal nesta quarta-feira (16)
Leia Também
- Frente Parlamentar pela Hemobrás não deve perder força, diz deputado
- Anúncio de fábrica de recombinante não garante pleno funcionamento da Hemobrás
- Ministro da Saúde recua e fábrica de recombinante da Hemobrás fica em Pernambuco
- Lançada Frente Parlamentar Mista em Defesa da Hemobrás
- Hemobrás: Mudanças devem ter 'embasamento científico, técnico e legal', diz MPF
A nota do Ministério da Saúde confirmando a manutenção da fábrica de recombinante da Hemobrás em Goiana foi divulgada na terça (15), no final tarde, a menos de meia hora do ministro Ricardo Barros receber parte da bancada pernambucana em seu gabinete, gerando um grande mal-estar entre o grupo. A reunião, que seria para debater o tema, acabou se tornando uma leitura da nota e deixou muitos parlamentares desapontados. Já há, inclusive, nomes que falam em “deslealdade do governo” e o possível desembarque do bloco de apoio a Michel Temer.
Mendonça Filho minimizou a falta de "timing" do ministro. "Eu sei que a bancada tinha uma reunião na sequência, como o próprio ministro decidiu divulgar logo depois da nossa reunião. Não foi uma coisa pedida pelos ministros pernambucanos que participaram da reunião com ele. Gerou até uma situação de incomodo dessa bancada, mas acho que o melhor de tudo é que todos trabalharam e Pernambuco saiu ganhando porque a Hemobrás vai ser preservada em sua totalidade do ponto de vista de previsão de investimento e é um investimento muito importante para Goiana e para Pernambuco", disse o ministro.
Apesar de ter sido bastante comemorado pela classe política, o anúncio não encerra a discussão sobre a plena atividade do polo farmacoquímico planejado para Pernambuco, que inclui também uma unidade de fracionamento de plasma. Na mesma nota em que o Ministério da Saúde confirmou o empreendimento, a pasta deixa em aberto a unidade de fracionamento de plasma, planta que está 70% concluída em Goiana. Barros não deixou claro se a produção do recombinante será exclusiva de Pernambuco. O ministro também não apontou uma definição para a conclusão da fábrica de fracionamento de plasma.
Ministro não é eterno
Em entrevista à Rádio Jornal na semana passada, o titular da saúde afirmou que a fábrica pernambucana não passava de um “esqueleto” e acusou a bancada estadual de estar tratado o caso com “bairrismo”, além de acusar os governos do PT, de Lula e Dilma, de não terem concluído a planta, afirmando que tinha “a solução para a Hemobrás”.
Mendonça salientou que o cargo de ministro "não é eterno", e que a construção da fábrica vai além de qualquer cargo no governo, inclusive do próprio presidente da República. "O governo também tem o seu prazo. É um projeto que já vai sendo discutido e implantado há mais de 12 anos, é um projeto de longuíssimo prazo. Houve um retardo do governo anterior e que talvez tenha até comprometido o desempenho satisfatório hoje. Mas eu creio sinceramente que o ministro não vai desfazer o compromisso e a recomendação do preside Temer e o compromisso assumido conosco com relação a manutenção do investimento e busca de parcerias", disse Mendonça.