Tolerância

Com aumento no fluxo de refugiados, governo lança ação contra xenofobia

Com o slogan "Brasil, a imigração está no nosso sangue", a campanha visa mostrar os diferentes momentos de entrada de migrantes que compuseram a história do Brasil

Da Folhapress
Cadastrado por
Da Folhapress
Publicado em 13/10/2015 às 19:22
oto:Valdrin Xhemaj/Agência Lusa
Com o slogan "Brasil, a imigração está no nosso sangue", a campanha visa mostrar os diferentes momentos de entrada de migrantes que compuseram a história do Brasil - FOTO: oto:Valdrin Xhemaj/Agência Lusa
Leitura:

Diante do aumento de refugiados que chegam ao Brasil, o Ministério da Justiça lançou nesta terça-feira (13) uma nova campanha contra a xenofobia e a intolerância no país.

Com o slogan "Brasil, a imigração está no nosso sangue", a campanha visa mostrar os diferentes momentos de entrada de migrantes que compuseram a história do Brasil, e, com isso, mostrar a diversidade do país.

Essa é a segunda campanha lançada pelo governo neste semestre em relação a refugiados. De acordo com o secretário nacional de Justiça e presidente do Conare (Comitê Nacional para Refugiados), Beto Vasconcelos, casos de xenofobia têm sido pontuais.

Ainda assim, ele considera que é necessária uma ação preventiva diante no aumento de pedidos de refúgio no país, em especial de sírios e congoleses.

Hoje, o Brasil tem reconhecidos 8.530 refugiados -destes, a maioria são sírios (2.097), seguidos por angolanos (1.480), colombianos (1.093) e congoleses (850).

"Estamos diante da pior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial. São cerca de 60 milhões de pessoas deslocadas de suas casas, e 20 milhões forçadas a saírem de seus países", afirma Vasconcelos. "O Brasil tem colaborado com medidas protagonistas no cenário mundial, como a prorrogação da flexibilização de vistos para sírios."

EXPANSÃO

O governo também anunciou a liberação, pela presidente Dilma Rousseff, de R$ 15 milhões como crédito adicional para a política de assistência a refugiados e imigrantes.

Segundo Vasconcelos, o valor é cerca de o dobro do orçamento atual da Secretaria Nacional de Justiça, departamento que responde pelo serviço, de R$ 8 milhões.

Os recursos devem ser aplicados em parcerias com Estados e municípios e utilizados para consolidar uma rede de assistência e integração de refugiados.

A ideia é expandir parcerias com entidades ou espaços públicos que hoje ofertam, por exemplo, acolhida, cursos de língua portuguesa e encaminham os imigrantes para vagas de trabalho.

Com a verba adicional, o governo também pretende construir novos espaços para assistência dessas populações na rede pública.

Os novos centros devem seguir um modelo semelhante ao Crai, centro de referência de acolhida de imigrantes feito em parceria com a prefeitura de São Paulo. A medida foi publicada no "Diário Oficial da União" na última sexta-feira (9).

Últimas notícias