Mudança de partido

Hoje no PT, Marília Arraes já condenou 'hegemonia' do partido no Recife

Em 2011, vereadora queria PSB à frente da cidade e hoje diz que brigará por eleição do ex-prefeito João Paulo

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 01/03/2016 às 6:40
Ricardo Stuckert / Instituto Lula
Marília se filiou ao PT em 2016 e teve a ficha abonada por Lula - FOTO: Ricardo Stuckert / Instituto Lula
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A vereadora Marília Arraes deixou o PSB e ingressou no PT com um discurso animado e disposta a ajudar a reconduzir os petistas à prefeitura do Recife. No entanto, essa sintonia nem sempre existiu. Em 2011, como registrou o JC na época, a então socialista condenou o que classificou de hegemonia do Partido dos Trabalhadores no Recife e propôs um revezamento no comando da cidade. A direção socialista desautorizou a vereadora publicamente e saiu em defesa do então prefeito João da Costa (PT).

Hoje com a carteira de petista, Marília diz que não se arrepende das declarações. “Continuo crítica ao último governo do PT, pois não acho que foi um bom governo. Mas ao mesmo tempo já disse que o governo de Geraldo Julio (PSB) tem conseguido ser pior que o governo João da Costa. Defendia uma candidatura do PSB, mas o partido faz uma gestão de direita voltada para a elite. Nos últimos anos o melhor prefeito do Recife foi João Paulo”, falou.

Marília nega que tenha entrado no PT com o intuito de se lançar candidata à prefeitura, seja na cabeça da chapa ou ao lado do ex-prefeito e hoje presidente da Sudene. “Estou trabalhando pela minha reeleição e vou defender que João Paulo seja o candidato. Em relação à vice, temos que conversar com outros partidos para formar uma coligação que dê mais força ao PT para disputar a eleição”, declarou.



Para a vereadora, a candidatura de João Paulo à prefeitura do Recife já é realidade. “Estou animada para essa campanha de João Paulo e espero que o ato quinta-feira aqui na Câmara de Vereadores (a oficialização da mudança de partido) seja o pontapé da pré-campanha dele para que a gente possa empolgar a militãncia e colocar um gás no PT para as pessoas tomarem as ruas”, afirmou.

Da parte do PT, as declarações de Marília contra o partido no passado não têm valor. “Ela chegou ao partido em uma hora boa e tem posicionamentos próximos aos nossos. No passado, nem o PT estava se entendendo e inicia um período de desentrosamento”, defendeu o presidente estadual do partido, Bruno Ribeiro.

O dirigente negou que o evento desta quinta-feira na Câmara de Vereadores vá referendar o nome de João Pauo como pré-candidato do PT. Bruno Ribeiro garante que o momento ainda é de debate interno e que não é o momento para se anunciar a candidatura embora outros pré-candidatos já estejam se declarando como tal. “Não vai haver perda de tempo. A memória do eleitor é forte sobre a gestão do PT”, pontuou.

JOÃO CAMPOS - Depois de constestar de maneira veemente a nomeação do primo João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, como chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB), Marília Arraes se defendeu das críticas de que percorreu caminho semelhante na política. Em 2007, aos 23 anos, ela também trabalhou no governo na Secretaria de Juventude. “Era um cargo de assessoria, o salário era baixo e era subordina a um diretor. Além do mais, era um trabalho completamente relacionado à pesquisa que eu vinha realizando na faculdade (De Direito)”, disse.

Embora o universitário João Campos não admita publicamente, a experiência de trabalho no governo é um passo para que em 2018 ele seja candidato a deputado federal pelo PSB. Logo depois de trabalhar no governo, Marília foi candidata a vereadora pelo mesmo partido, mas ainda assim ela rechaça as semelhanças com o primo. “Meu trabalho não foi meu primeiro emprego. Eu já tinha estagiado em órgão público e em escritório de advocacia e já tinha carteira assinada. Fui candidata a vereada porque vinha construindo uma candidatura desde antes de Eduardo ser governador”, justificou.

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