Os líderes do movimento de policiais militares vão convocar uma assembleia da categoria para decidir o rumo da campanha, que levou a operação padrão e a entrega das cotas do Programa de Jornada Extra de Segurança (Pjes), desde o final do ano passado. O grupo espera encontrar uma saída para continuar pressionando o governo mesmo após a proibição de greve e a proposta que modifica o Pjes; que tiram força das associações de PMs. Por ora, líderes do movimento evitam dizer que a pauta da reunião incluirá a possibilidade de uma paralisação de militares.
Como há uma decisão judicial que impõe uma multa de R$ 500 mil para as três associações de PMs que marcarem a realização de assembleia; o grupo decidiu que vai tentar contornar a regra fazendo a convocação para a audiência através do deputado estadual Joel da Harpa (PTN), que é PM. A deliberação foi tomada durante uma reunião com algumas dezenas de policiais na tarde desta quarta-feira (3), no Clube Português. A pauta ainda está indefinida. Embora parte do movimento queira apresentar uma contra-proposta ao governo, outra parte acredita que cruzar os braços pode ser o melhor caminho para pressionar o Executivo.
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Presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Albérisson Carlos disse que a entidade não está no caminho de uma eventual paralisação. "A gente, em nenhum momento propôs a ilegalidade. Até porque a gente compreende que a operação padrão já demonstrou ao governo a nossa importância e a sociedade está do lado da gente. Agora, é claro que todo o clima de tensão que o Estado cria, lá na frente pode explodir. A gente espera que nunca tenha uma paralisação. A gente não está pregando isso. Até quiseram imputar isso para nós para dizer que a associação estava cumprindo papel de sindicato. Mas a gente nunca pregou, nem prega isso. Agora, o governo está nos dando um tratamento que hoje nos empurra para isso", disse.
PETIÇÃO
Já Joel da Harpa disse que não falaria em paralisação porque ainda é cedo para tratar da questão nesses termos. "A real intenção da categoria nunca foi paralisar, nunca foi criar um caos. A real intensão da categoria é dialogar. E para isso o governo do Estado precisa ter sensibilidade. E não secretário ficar dizendo em entrevista que as associações são ilegítimas. O melhor caminho é o diálogo", afirmou.
Os PMs também estão lançando uma petição online contra o reajuste da PM aprovado às vésperas do Carnaval e cobrando que o governo volte a sentar com as associações, reabrindo a mesa de negociação. A expectativa é que eles consigam levantar 100 mil assinaturas ao longo das próximas duas semanas. Eles esperam que as assinaturas deem força a assembleia. Atualmente, 351 pessoas subscreveram o documento.