Agreste e Sertão

Oposição denuncia obras paradas e sucateamento da saúde e segurança

Bancada de oposição ao governo Paulo Câmara promete chamar audiências e tomar medidas formais, com denúncias ao TCE e Ministério Público

Editoria de Política
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Publicado em 16/05/2017 às 20:00
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Bancada de oposição ao governo Paulo Câmara promete chamar audiências e tomar medidas formais, com denúncias ao TCE e Ministério Público - FOTO: Divulgação/Bancada de Oposição
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A bancada de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB) na Assembleia Legislativa de Pernambuco está fazendo 52 pedidos de informação ao Estado para esclarecer obras paradas ou não iniciadas no Agreste e Sertão, desabastecimento de farmácias do Lafepe, falta de estrutura de hospitais, baixa atividade de UPAEs, precariedade em batalhões da Polícia Militar, delegacias e má distribuição de poços artesianos na região castigada pela seca. Ao concluir a metade das visitas propostas na ação Pernambuco de Verdade, o grupo divulgou nesta terça-feira (16/05) um relatório dos principais problemas, informou que pedirá investigação do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público e já agendou para o dia 25 de maio uma audiência pública sobre o Pacto pela Vida, para debater os altos índices de criminalidade com o secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia.


“Faremos várias audiências para discutir os problemas que estamos encontrando”, anunciou o líder da Oposição, deputado Sílvio Costa Filho (PRB), durante a coletiva concedida no início da noite desta terça-feira (16/5). “O governo cortou mais de R$ 200 milhões do orçamento da saúde e da educação em 2016. Estamos cumprindo com nosso papel de monitorar”, argumentou, justificando que não se trata de denuncismo. Alfinetou Câmara, dizendo que a caravana ao interior comprova a desaprovação popular do governo e que em campanha, o então candidato já assumia que sem Eduardo Campos não conseguiria fazer nada (Campos morreu em 2014, num acidente aéreo). 
O deputado Álvaro Porto (PSD) questionou “R$ 680 milhões anunciados em obras e ações pelo governo no Pernambuco em Ação”, condenou a situação do Hospital Regional de Ouricuri, “com pacientes tomando soro no chão” e disse que vai denunciar o caso ao Ministério Público Federal, em razão de recursos do SUS serem destinados à unidade. Questionou a gestão feita por organização social, tema que deve também ser alvo de audiência pública. Sobre a gestão de recursos hídricos, afirma que já pediu investigação do TCE e do Ministério Público sobre a aplicação de R$ 69 milhões do Ministério da Integração Regional destinados a sistemas simplificados (poços artesianos). Questiona a distribuição.
A deputada Socorro Pimentel (PSL), que tem base na região do Araripe, criticou a falta de assistência ao parto de alto risco, a carência de leitos de UTI, a baixa resolutividade de UPAEs e a falta de medicamentos básicos em farmácias do Lafepe, como o analgésico dipirona e captopril, usado para controle da hipertensão arterial.
Joel da Arpa (PTN) denunciou o déficit de policiais militares na região de Ouricuri. “O comandante do batalhão conta com apenas 250 homens para dar segurança a dez municípios. Durante a visita, na área, cheguei a socorrer no meu carro uma pessoa baleada na cabeça porque não havia viatura”, comentou.

População reclama de desmonte do PROUPE, denunciam deputados

Priscila Krause (DEM) lembrou que há uma queixa generalizada no interior sobre o desmonte do Programa Universidade para Todos (ProUpe), programa criado em 2011 e que garantia bolsas de estudos a alunos do interior em autarquias municipais sem fins lucrativos. Sobre o Lafepe, acrescentou: “Se não está produzindo nem oferecendo medicamentos à população, o Estado precisa explicar por que mantém essas farmácias”. Segundo ela, a realidade encontrada nos municípios visitados pelos deputados é muito diferente da propagada na campanha publicitária do governo do Estado.
“O governo precisa esclarecer também os atrasos na recuperação da BR-101, no trecho do Recife, no projeto da navegabilidade urbana, nos Corredores Leste-Oeste e Norte-Sul, nas obras de esgotamento sanitário da RMR e na implantação do bilhete único no sistema de transporte, isso sem falar no aumento do salário dos professores”, completou Sílvio Costa Filho. Nas próximas semanas, a posição visitará municípios da Zona da Mata, Caruaru e do Grande Recife. No relatório divulgado nesta terça consta ainda a paralisação do terminal rodoviário de Trindade, falta de credenciamento do Hospital Santa Maria, em Araripina, desemprego no polo gesseiro, precariedade no Hospital Dom Moura de Garanhuns e falta de pavimentação da Estrada Araripina-Salitre (CE).

O JC aguarda resposta do governo e da sua liderança na Assembleia Legislativa, Isaltino Nascimento.

 

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