Teste em aquário aponta que lagostas e caranguejos sentem dor e não devem ser cozidos vivos
Cozinheiros costumam mergulhar os animais em água fervente antes de consumir
Os caranguejos e lagostas quando são mergulhados em água fervente não têm capacidade de gritar ou demonstrar qualquer tipo de reação. Mas estudos feitos por cientistas apontam que esses animais são, sim, capazes de sentir dor durante o cozimento.
"Bilhões de crustáceos são capturados ou criados para atender à demanda da indústria alimentícia. Em comparação com os mamíferos, eles não gozam de quase nenhuma proteção sob a única presunção de que não podem sentir dor. Nossas pesquisas sugerem o contrário", explicou Bob Elwood, biólogo da Universidade Queen's, em Belfast, localizado na Irlanda do Norte.
- Papai Noel tem relacionamento gay em propaganda da Noruega: veja a imagem
- Idosos que vivem em abrigo surpreendem com pedidos de presente de Natal
- Homem flagra filhote de onça-pintada 'brincando' dentro de carro
- Estudos apontam que lagostas e caranguejos sentem dor e não devem ser cozidos vivos
- Modelo brasileiro chama atenção ao se casar com nove mulheres
- Youtuber recria jogos da série 'Round 6' com premiação de US$ 456 mil
O biólogo chegou a fazer uma experiência com uma espécie de caranguejo, que chegou a evitar entrar em seu habitat natural somente para não tomar um choque elétrico.
Experiência
Em um aquário, Bob Elwood colocou dois abrigos escuros e confortáveis para os caranguejos escolherem. Mas em um deles, os animais iriam levar um choque elétrico ao entrar no local.
O homem colocou 90 exemplares de uma espécie de caranguejo no aquário, alguns deles tomaram o choque por escolher o abrigo errado e outros ficaram tranquilos em seu buraco.
Quando foram colocados uma segunda vez no aquário, a maioria deles retornaram espontaneamente para o buraco escuro que eles escolheram, enquanto as vítimas previamente eletrocutadas, tomaram o choque pela segunda vez.
Na terceira experiência, eles foram introduzidos novamente no aquário. Grande parte dos caranguejos que foram vítimas do choque, acabaram desistindo do local em que tinham escolhido como habitat natural.
"Os caranguejos aprenderam a evitar o abrigo onde levaram choques. Eles se mostraram dispostos a renunciar a seu refúgio para evitar a fonte da dor presumida", explicou o biólogo.
"Essa experiência foi concebida cuidadosamente para permitir distinguir entre a dor e um fenômeno de reflexo defensivo, a nocicepção (conjunto das percepções de dor que somos capazes de distinguir) que proporciona uma proteção instantânea, sem modificar o comportamento de longo prazo", destacou Elwood.
"Do ponto de vista do filosófico, é possível demonstrar de forma absoluta que o animal sente dor", admitiu. No entanto, prosseguiu, todos os critérios coerentes com a chamada dor foram reunidos nas experiências.
Informações: Portal G1.