Santa Cruz: Caixero entende as críticas, mas venda de ovos não será suspensa

Karoline Albuquerque
Publicado em 07/11/2018 às 16:28
João Caixero atualmente é diretor administrativo e financeiro da Comissão Patrimonial do Santa Cruz. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


A venda de ovo entre os produtos que integram a loja do Santa Cruz no Centro de Treinamento Ninho das Cobras não vai parar, por mais que a diretoria executiva já tenha dito que o negócio não é com ela, parte dos torcedores reclamem e os adversários façam piadas. O diretor da Comissão Patrimonial do clube, João Caixero de Vasconcelos Neto aceita as caras amarradas, mas lembra que é da receita de todos os produtos vendidos, ovo incluso, que consegue tocar o dia a dia do CT sem que precise pedir dinheiro a um e outro.

Caixero explicou que o Tricolor, tradicionalmente, recebe uma ajuda substancial de um grupo de empresários. "São empresários que sustentam o clube diuturnamente. É R$ 300 mil, é uma conta de luz, é a contratação de um jogador, o pagamento do apartamento de um jogador, uma folha de pagamento... E estamos fazendo isso para não pedir apoio a esses empresários. A situação da economia do País não é boa", disse.

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Ele completa o raciocínio ao lembrar que, para evitar esses pedidos e fazer o CT virar realidade a saída foi criar saídas para gerar receita. Segundo ele, 'democratizar' a ajuda para que o povão também tenha condição de colaborar dentro de suas limitações. É aí que os ovos se inserem entre os produtos que já eram comercializados, como bolo de rolo e cerveja artesanal.

"E o ovo é benéfico para a saúde, é onde se inicia a vida, é um símbolo da imortalidade", pontuou.

A ideia é fazer com que tudo que se venda na loja banque o dia a dia do centro de treinamento. E Caixero aproveita a deixa para mostrar outros números que ele precisa administrar e podem não chegar ao grande público, inclusive com gastos que não estavam previstos para este momento, como é o caso da energia elétrica. Embora toda a estrutura para receber energia da Celpe esteja pronta, ele diz que a empresa ainda não liberou o fornecimento.

"Há 3 meses chegou a estrutura mas a Celpe ainda não mandou a energia. Por isso, tive que comprar um gerador de R$ 20 mil", lembrou. Para fazer o gerador funcionar são mais R$ 250 de óleo por dia.

E ele sai enumerando: "Tem as três refeições dos trabalhadores. Tivemos que comprar uma bomba de 15 quilos por R$ 4.900.".

Sobre a diretoria executiva, que se eximiu da responsabilidade pelos ovos, o diretor da Patrimonial disse apenas lamentar, não sem antes deixar no ar uma provocação. "Acho lamentável aquilo, mas eles também não conhecem o CT, não têm a visão de que o CT será para os treinos dos jogadores do Santa Cruz".

Apesar disso ele encontrou alguém no poder executivo coral que alinhou-se com a Comissão Patrimonial. "Nosso vice-presidente, Tonico Araújo, me pediu que deixasse com ele para fazer o marketing do ovo".

Entendendo a história

No dia 1 de novembro, a reportagem do Jornal do Commercio foi ao CT para acompanhar o plantio do primeiro lote de grama e notou a presença de galinhas soltas. Ao questionar o que acontecia, Caixero explicou que tratava-se do novo empreendimento. No dia seguinte, a diretoria executiva soltou uma nota eximindo-se de participação no negócio e não concordando com a prática. Mesma atitude teve o grupo Tricolores do CT, um coletivo independente de torcedores que levantou fundos para a compra da grama.

A repercussão variou entre negativa (muita), positiva (pouca) e cômica (majoritária), ao menos nas redes sociais. Uma enxurrada dos mais criativos memes ironizaram a prática, desde sátiras com desenhos animados até novas alcunhas para identificar o torcedor do Santa Cruz.

Mas no mundo real os ovos acabaram, o que levou o dirigente a aumentar o investimento. “Tínhamos apenas 30 galinhas, estou comprando mais 30 e quero formar um grupo de 100, estamos vendendo abaixo do preço de mercado, do que se comercializa por aí", justificou.

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