O comportamento de Hélio dos Anjos na área técnica durante os jogos costuma ser agitado e, por isso, muitas vezes ele é advertido pela arbitragem. Nesta temporada, o treinador do Náutico foi expulso de campo duas vezes, sendo uma em abril, no jogo contra o Salgueiro, pelo Campeonato Pernambucano, e outra no último domingo (20), na partida contra o Botafogo, pela 5ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (25), Hélio fez um desabafo com duras críticas à arbitragem pernambucana e também a Leonardo Gaciba, chefe de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A expulsão do técnico alvirrubro na partida contra o Botafogo aconteceu com apenas sete minutos de jogo. Segundo Hélio dos Anjos, antes mesmo de a bola rolar, um dos bandeirinhas da partida falou o seguinte para João Lacerda, preparador de goleiros do Náutico: Olha, manda Os Anjos ficar quieto porque a nossa tolerância é zero".
"Como é que os árbitros de Minas Gerais vão saber da minha maneira de ser? Até do meu comportamento muitas vezes intempestivo? A primeira vez que ele falou comigo [o bandeirinha], falou muito mal educado e eu fui expulso por causa disso, porque eu pedi para ele educação. O árbitro veio em mim e eu falei para ele, 'a única coisa que eu quero do seu bandeira é educação'. Ele olhou para mim e me expulso. É um árbitro de Minas Gerais, nunca tinha apitado um jogo meu. Como é que ele chega e manda um recado desses antes do jogo? Então, eles já entraram para campo preparados. Preparados por quem? Preparados pelos colegas deles aqui de Pernambuco, só pode ser isso. Tem que ter atenção, a Federação tem que ter atenção, a arbitragem tem que ter atenção", contou o treinador.
O jogo entre Náutico e Botafogo teve arbitragem de Wanderson Alves de Sousa e dos assistentes Ricardo Junio de Souza e Frederico Soares Vilarinho, todos de Minas Gerais.
Hélio reconheceu que tem uma maneira "mais agressiva" de trabalhar e até classificou como "muitas vezes intempestiva", mas argumentou que ser expulso com apenas sete minutos de jogo foi algo "programado". As críticas do treinador, primeiramente direcionadas à arbitragem pernambucana, também se estenderam a Leonardo Gaciba, que chefia a arbitragem brasileira na CBF.
"A relação dos árbitros dirigidos pelo Gaciba é de estrelismo e prepotência porque o Gaciba era estrela e prepotente. Essa relação é complicada por causa disso, porque os árbitros são estrelas, prepotentes e comigo aconteceu esse caso que estou tornando público. É difícil ter acordo com o comportamento da arbitragem pernambucana em jogos aqui dentro de casa. Nós fomos contra o Guarani, em São Paulo, contra o Vitória, na Bahia, problema zero na relação nossa com quartos árbitros. Aqui, coincidentemente, aconteceu isso. Que sirva de alerta. Eu sou dono das minhas palavras e quero deixar isso bem claro. Começa a colocar condição de que o Hélio dos Anjos é desequilibrado, que o Hélio dos Anjos é isso, é aquilo. Pode transferir a responsabilidade pra mim porque eu assumo o que eu faço de errado. Agora, nesse caso, aconteceu isso e é isso que me chama atenção e me preocupa. A arbitragem brasileira me preocupa em todo sentido porque o Gaciba, na minha visão, não tem competência suficiente para ser diretor de arbitragem e essa prepotência dos árbitros é muito delineada pelo comportamento do seu dirigente máximo em termos de arbitragem", completou.