Falta de água na concentração, tentativa de invasão no vestiário e cobrança à diretoria; os bastidores da goleada sofrida pelo Náutico
Náutico não perdia nos Aflitos desde outubro de 2020 e acabou sendo goleado por 4x0 para o lanterna Confiança. Derrota repercutiu nos bastidores dos Aflitos.
A goleada sofrida pelo Náutico por 4x0 para o Confiança, no último fim de semana, ainda ecoa nos bastidores dos Aflitos. A segunda derrota consecutiva na Série B e a ameaça de perder a liderança da competição trouxeram à tona um desencadear de problemas no clube alvirrubro.
A primeira situação aconteceu na manhã do sábado (7), dia do jogo, quando uma bomba acabou queimando, fazendo com que faltasse água na concentração dos jogadores. O técnico Hélio dos Anjos chegou a dizer que antes da partida, o clima não estava dos melhores dentro do elenco. O vice-presidente do Timbu, Diógenes Braga, amenizou a situação.
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"Uma bomba de água quebrou de madrugada e a forma como foi conduzida não foi a mais adequada. A solução demorou a chegar. Mas isso é coisa que deve ser resolvida internamente. Isso não é mais importante do que a conquista de um acesso ou vencer um jogo", afirmou.
Outro assunto que tomou conta dos noticiários foi a tentativa de invasão de dois torcedores aos vestiários do clube após a derrota. Houve bate-boca e princípio de confusão com os jogadores e integrantes da comissão técnica. A situação revoltou o técnico Hélio dos Anjos, que desabafou e cobrou a diretoria por ter permitido que pessoas não autorizadas entrassem no local.
"Dentro da minha casa só entra quem eu quero. Antes do jogo, quando eu estava chegando, estes dois elementos estavam dentro do clube. Eu não vou aceitar isso, porque aqui não tem nenhuma pessoa roubando do clube, querendo o mal do Náutico. As pessoas aqui são sérias. Perder no futebol acontece. Não podemos dar palavras e ações à essas pessoas. Temos que trabalhar em cima das responsabilidade de quem permite essas pessoas estarem aqui dentro. Eles chegaram a entrar no vestiário antes da gente chegar. Eu não tenho nada contra ninguém, mas não posso, como comandante de um grupo, aceitar sofrer pressão física. Somos um clube que é campeão estadual e que só teve a terceira derrota na temporada", disse o treinador alvirrubro.
Questionado pelo comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal, sobre as palavras de Hélio dos Anjos, Diógenes disse que o assunto será tratado internamente.
"O que a gente tem de tratar, a gente trata pessoalmente, não pela imprensa. Até porque a gente tem o contato diário com todos. O que posso falar é que a gente está apurando o que aconteceu. O que parece é que as pessoas que colocam as bandeiras e as faixas no estádio, ficaram escondidos para tentar ver o jogo e tiveram acesso aos vestiários. Vamos tomar as providências como clube ordeiro e de hierarquia. Nosso comando é leve, mas é claro com as coisas. A revolta que Hélio está, a gente também está. É importante colocar que também somos torcedores e gostamos do clube. Pode ter certeza que um resultado desses, ninguém sente tanto como a gente", justificou o cartola.
Apesar de todo desgaste em torno da derrota, a primeira desde outubro de 2020 nos Aflitos, Diógenes disse que o relacionamento com Hélio permanece estável e que não haverá caça às bruxas.
"Pra nós, existe uma situação muito clara de profissionalismo. Relação pessoal de afeto eu tenho com minha esposa, filhos e amigos. As relações no Náutico são profissionais. É assim que vai seguir", afirmou o vice-presidente.
Diógenes Braga também aproveitou a oportunidade para comentar sobre reforços, uma das teclas mais batidas pela torcida alvirrubra após as saídas de Erick e Wagner Leonardo, além da lesão do atacante Kieza.
"A gente não busca muletas nos assuntos. A gente continua buscando reposições para Erick. Em relação à zaga, trouxemos o Rafael, que nem sequer chegou a entrar em campo ainda. Tudo isso é decidido de forma coletiva. Essa derrota tem o peso de termos tido uma sequência de jogos e vitórias em um mês. Não são apenas os desfalques, são as condições que os atletas entram em campo. Tem atletas que estão com o nível de cansaço muito alto. Isso decorre da maratona de jogos. A gente sabia que teria de pagar um preço. Esse é o momento de falar pouco e trabalhar muito", finalizou.