AFP
O ex-zagueiro da seleção francesa Jean-Pierre Adams morreu nessa segunda-feira aos 73 anos, após permanecer em coma desde 1982, causado por um acidente envolvendo anestesia em uma cirurgia banal no joelho.
"Soubemos esta manhã da morte de Jean-Pierre Adams", escreveu o Nîmes Olympique no Twitter para anunciar a morte de seu ex-jogador, que durante os quase 40 anos de coma morava em sua casa, acompanhado por sua esposa Bernadette.
"Ele vestiu as cores do Nîmes Olympique 84 vezes e formou com Marius Trésor a 'Garde Noire' ('A Guarda Negra') na seleção francesa", acrescentou o clube.
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Tendo vestido a camisa dos 'Bleus' 22 vezes entre 1972 e 1976, na década de 1970 jogou pelo Nîmes, Nice e Paris Saint-Germain, que também prestou homenagem a "um dos seus gloriosos" jogadores.
O Nice, por sua vez, anunciou que vai homenageá-lo no dia 19 de setembro, no jogo que será disputado no Allianz Riviera.
Apelidado de 'A Rocha', Adams nasceu no Senegal em 1948 e não disputou nenhum torneio internacional com os Bleus. Por clubes, foi vice-campeão da liga francesa em 1972 com o Nîmes e em 1976 com o Nice.
Em uma operação de rotina no joelho, Adams desmaiou após ser anestesiado e sofrer uma subsequente parada respiratória da qual não acordou mais. Dois anestesistas, um deles estagiário, e a rede de hospitais de Lyon foram condenados no final da década de 1980 por este acidente.
Os médicos apontaram a sobrecarga de trabalho, devido a uma greve da equipe médica, como motivo para que o titular deixasse o paciente a cargo do estagiário. Ambos foram condenados a uma suspensão de um mês e multa de 750 euros (cerca de 890 dólares).
"Eu não estava à altura da tarefa que me confiaram", explicou o estagiário anos depois.
A esposa do ex-jogador, Bernadette, em entrevista à BBC em 2016, denunciou que o hospital onde ocorreram os fatos nunca se desculpou.
"Jean-Pierre sente, cheira, ouve e se assusta quando um cachorro late... mas não consegue ver", explicou em 2007 sua viúva, que teve dois filhos com ele.