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Como Gustavo Florentín conseguiu transformar o Sport na reta final do Brasileirão

Leão está apresentando um futebol mais competitivo no momento decisivo do Campeonato Brasileiro

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Cadastrado por

Marcelo Cavalcante

Publicado em 01/11/2021 às 18:27 | Atualizado em 01/11/2021 às 18:39
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Gustavo Florentín precisou de 56 dias para cair, literalmente, nos braços da torcida do Sport. Da estreia, na Arena da Baixada,  onde conseguiu arrancar o empate em 0x0 diante do Athletico-PR, o treinador viveu sob a desconfiança da torcida e da imprensa. E até por motivos justos: escalações sem pé e nem cabeça, esquemas equivocados e substituições idem, davam a certeza de que Florentín não certeza de absolutamente nada. E que demoraria a conhecer o grupo. A virada de chave aconteceu na vitória sobre o Grêmio, por 2x1, em Porto Alegre. De lá para cá, o Leão mostra um time mais coeso e com força para sair da zona de rebaixamento. 

Até agora, Florentin comandou o Sport em 12 partidas: 4 vitórias, dois empates e seis derrotas. Tomou 13 gols e fez apenas 9. Quem gosta de avaliar a performance da equipe por números vai dizer que o time está longe conseguir escapar da queda. Mas deixando o pragmatismo de lado, o Sport se tornou outra equipe nas mãos do treinador paraguaio. Se existia alguma dúvida, ela desapareceu após a atuação da equipe diante do Atlético-GO a fez desaparecer. A verdade é que o treinador soube superar as turbulências naturais de um início de trabalho e está fazendo o futebol Leão fluir. 

Da virada de chave contra o Grêmio até o triunfo contra o Dragão de Goiás, o Sport não jogou bem apenas contra o Palmeiras, num duelo em que abriu o placar e não conseguiu suportar a superioridade técnica do adversário, e o Bragantino (embora tenha feito lambanças na defesa que resultaram em gols e ter perdido várias oportunidades no ataque). Nas demais, o Leão soube suportar pressão, construiu jogadas, propôs o jogo, fez gols e venceu convencendo. Até as que não venceu, mostrou bom futebol, como aconteceu diante do Cuiabá e Santos. 

Alguns pontos são importantes para explicar a transformação. Primeiro passa pelo perfil do técnico que está mostrando que não veio para o Recife a passeio. E mostra que se identificou com o clube. Esse sentimento contagiou o grupo que, mesmo após tanta turbulência na Ilha do Retiro, focou o campo, o jogo, a luta contra a "degola". A entrada de Hernanes na equipe garantiu uma organização tremenda na construção de jogadas.

O encaixe defensivo de Marcão, Zé Welinson, Sabino e Thyere garante a solidez que o Leão precisava para propor o jogo. É verdade que a defesa do Sport já vinha se destacando antes da chegada do treinador. Mas agora, o time parece saber tirar proveito dessa qualidade para sair para o jogo, surpreender o adversário. 

O mais importante deixei por último: a evolução de Gustavo e Mikael. Ambos já mostravam qualidade técnica ainda na era Umberto Louzer. Mas a sequência de jogo foi dada por Florentín, que, aliás, vem se mostrando um treinador que dá muito valor aos pratas da casa. Gustavo e Mikael entram tranquilos em campo. E os outros que estão sendo acionados buscam o mesmo espaço. A forma de lançar a garotada não tem sido a ideal. O Sport entra em campo sempre sob pressão, o que eleva o risco de "queimar" as joias. Mas Florentin tem conseguido passar confiança. 

Por tudo isso dá para cravar que o Sport vai se livrar da queda? Não, não dá. Futebol não é teoria. É prática. E na situação que o Leão se encontra, tem que vencer o Fluminense na próxima rodada, mesmo sem suas joias Gustavo e Mikael. 

 

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