Como Gustavo Florentín conseguiu transformar o Sport na reta final do Brasileirão
Leão está apresentando um futebol mais competitivo no momento decisivo do Campeonato Brasileiro
Gustavo Florentín precisou de 56 dias para cair, literalmente, nos braços da torcida do Sport. Da estreia, na Arena da Baixada, onde conseguiu arrancar o empate em 0x0 diante do Athletico-PR, o treinador viveu sob a desconfiança da torcida e da imprensa. E até por motivos justos: escalações sem pé e nem cabeça, esquemas equivocados e substituições idem, davam a certeza de que Florentín não certeza de absolutamente nada. E que demoraria a conhecer o grupo. A virada de chave aconteceu na vitória sobre o Grêmio, por 2x1, em Porto Alegre. De lá para cá, o Leão mostra um time mais coeso e com força para sair da zona de rebaixamento.
Até agora, Florentin comandou o Sport em 12 partidas: 4 vitórias, dois empates e seis derrotas. Tomou 13 gols e fez apenas 9. Quem gosta de avaliar a performance da equipe por números vai dizer que o time está longe conseguir escapar da queda. Mas deixando o pragmatismo de lado, o Sport se tornou outra equipe nas mãos do treinador paraguaio. Se existia alguma dúvida, ela desapareceu após a atuação da equipe diante do Atlético-GO a fez desaparecer. A verdade é que o treinador soube superar as turbulências naturais de um início de trabalho e está fazendo o futebol Leão fluir.
Da virada de chave contra o Grêmio até o triunfo contra o Dragão de Goiás, o Sport não jogou bem apenas contra o Palmeiras, num duelo em que abriu o placar e não conseguiu suportar a superioridade técnica do adversário, e o Bragantino (embora tenha feito lambanças na defesa que resultaram em gols e ter perdido várias oportunidades no ataque). Nas demais, o Leão soube suportar pressão, construiu jogadas, propôs o jogo, fez gols e venceu convencendo. Até as que não venceu, mostrou bom futebol, como aconteceu diante do Cuiabá e Santos.
Alguns pontos são importantes para explicar a transformação. Primeiro passa pelo perfil do técnico que está mostrando que não veio para o Recife a passeio. E mostra que se identificou com o clube. Esse sentimento contagiou o grupo que, mesmo após tanta turbulência na Ilha do Retiro, focou o campo, o jogo, a luta contra a "degola". A entrada de Hernanes na equipe garantiu uma organização tremenda na construção de jogadas.
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O encaixe defensivo de Marcão, Zé Welinson, Sabino e Thyere garante a solidez que o Leão precisava para propor o jogo. É verdade que a defesa do Sport já vinha se destacando antes da chegada do treinador. Mas agora, o time parece saber tirar proveito dessa qualidade para sair para o jogo, surpreender o adversário.
O mais importante deixei por último: a evolução de Gustavo e Mikael. Ambos já mostravam qualidade técnica ainda na era Umberto Louzer. Mas a sequência de jogo foi dada por Florentín, que, aliás, vem se mostrando um treinador que dá muito valor aos pratas da casa. Gustavo e Mikael entram tranquilos em campo. E os outros que estão sendo acionados buscam o mesmo espaço. A forma de lançar a garotada não tem sido a ideal. O Sport entra em campo sempre sob pressão, o que eleva o risco de "queimar" as joias. Mas Florentin tem conseguido passar confiança.
Por tudo isso dá para cravar que o Sport vai se livrar da queda? Não, não dá. Futebol não é teoria. É prática. E na situação que o Leão se encontra, tem que vencer o Fluminense na próxima rodada, mesmo sem suas joias Gustavo e Mikael.