ATACANTE

A história se repete e o Santa Cruz, mesmo em crise, traz jogador para "sacudir" a galera

Mesmo não sendo o artilheiro de antes, Walter chega no Santa Cruz para empolgar os Tricolores, assim como foram Washington, Dênnis Marques e Grafite

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Marcelo Cavalcante

Publicado em 15/12/2021 às 18:58 | Atualizado em 16/12/2021 às 11:57
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Não é de hoje que se notícia crises no Santa Cruz. Seja ela técnica, política ou financeira (e até mesmo as três juntas), há sempre motivos para acreditar que o Tricolor está num beco sem saída. Mesmo assim, o clube se vira como pode para contratar jogadores que, livrando de qualquer julgamento da qualidade técnica, sacode a torcida, a faz ir até ao aeroporto para receber o novo reforço, dando-lhe status de ídolo antes mesmo do mesmo tocar na bola.

Ao longo da história tem sido assim. Em 1993, o Santa Cruz contratou o veterano Washington, ídolo do Fluminense nos anos 80, mas que estava escanteado no Desportiva do Espírito Santo. Chegou no meio do Campeonato Pernambucano e foi artilheiro com 23 gols e foi campeão. Dá para imaginar a idolatria que o saudoso Washington viveu no Arruda.

Em 2001, quem chegou no Tricolor foi Túlio Maravilha. Campeão brasileiro pelo Botafogo em 1995, artilheiro por onde passou, o atacante foi festejado pela torcida na sua chegada. Especialmente porque foi protagonista de um fato marcante. Na semana que antecedeu a apresentação no Santa Cruz, ele havia chegado no Recife para jogar pelo Sport. Mas não jogou e apareceu no Tricolor. Mas foi um fiasco no Campeonato Brasileiro. 

Três anos depois, o Santa Cruz seguia com sua crise, mas não esquecia a ousadia. E foi atrás de um atleta que havia se destacado no Botafogo e Flamengo. Iranildo chegou mostrando vontade de fazer do Tricolor um time campeão. Nascido em Igarassu, afirmava ter raízes e que a família torcia pelo Santa Cruz. Mostrou até serviço.

No primeiro jogo da final, fez o gol da vitória sobre o Náutico, por 1x0, nos Aflitos. Mas o título escapou na segunda partida, o Timbu venceu por 3x0 no Arruda e ficou com a taça. Iranildo não ficou no Santa Cruz para a disputa da Série B por falta de um bom ambiente. O alto salário era pago em dia por um patrocinador, enquanto o restante do elenco sofria com o atraso de salários. 

Em 2012, o Tricolor foi em busca de um atacante experiente, que pudesse acabar com a seca de gols. Foi atrás de Dênis Marques. Ninguém acreditou... Marques havia brilhado no Athletico-PR oito anos antes. Depois foi para o Flamengo, sendo dispensado. Quando o Santa Cruz o contratou, o atacante estava há dois anos sem clube. Resolveu topar a parada. E deu certo. Foi bicampeão estadual (2012 e 2013), sendo carrasco do Sport.  No total, segundo o site o Gol, ele jogou 72 partidas pelo Santa Cruz e marcou 44 gols.

Três anos depois, mais uma estrela chegava no Arruda. O atacante Grafite teve direito até a chegada no clube de helicóptero, que pousou no centro do gramado, diante de um bom número de torcedores que foi lá só para recebê-lo. Foi uma contratação de impacto, de fato. Grafa23 estava de volta ao Brasil após longo tempo jogando no futebol árabe e alemão. No Arruda, conquistou título pernambucano e do Nordeste, além do acesso à Série A. Certamente, o período que o torcedor coral mais sorriu nos últimos anos. 

Chegamos a 2021, com o Santa Cruz de volta à Série D. E Walter desembarcando no Recife com direito a torcedores o esperando no saguão do aeroporto. Depois bons tempos no Athletico-PR e Goiás, onde brilhou realmente, marcando belos gols, mesmo completamente fora de forma, o atacante foi desaparecendo aos pontos. No seu último clube, o Botafogo-SP, jogou em 16 partidas e marcou apenas três gols.

O que esperar de Walter? Ele continua com a mesma briga contra a balança. E não tem, obviamente, o mesmo de antes. Tem 32 anos. Ou seja, o tempo também pesa. Se chegar perto do que Dênis Marques fez, por exemplo, será uma grande surpresa. 

 

 

 

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