Mesmo com apenas duas derrotas no ano e após ter se classificado para a terceira fase da Copa do Brasil, o Cruzeiro começa a viver sua primeira grande instabilidade do ano.
Após a Mesa Diretora do Conselho do Cruzeiro revelar detalhes de acordo do clube com Ronaldo Fenômeno e, com isso, quebrar uma cláusula de confidencialidade presente do contrato entre as partes, o ex-atacante rebateu de forma dura.
Através de uma carta aberta, Ronaldo foi incisivo "O Cruzeiro precisa de estabilidade".
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O que disse a Mesa Diretora do Conselho do Cruzeiro?
À época da divulgação do acordo entre Ronaldo Fenômeno e Cruzeiro, foi divulgado pelo presidente celeste, Sérgio Santos Rodrigues, que a nova gestão assumiria as dívidas do clube.
Já na carta divulgada pela Mesa Diretora do Conselho do Cruzeiro, o pagamento de dívidas não está presente no acordo. O documento afirma que, diferente do que anunciado na assinatura do documento aquisição, ao invés de R$400 milhões, só foram injetados R$ 50 milhões no clube.
Os 350 milhões restantes seriam investidos no Cruzeiro "por meio de receita 'incrementais' que seriam geradas para a SAF".
A atitude da Mesa rompeu a cláusula de confidencialidade do contrato, e Ronaldo ainda estuda como agir diante da quebra.
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O que disse a carta aberta de Ronaldo?
"Diante da Nota Oficial emitida pela Mesa Diretora do Conselho Deliberativo do Cruzeiro Esporte Clube, assinada por Nagib Simões, Mauricio Silva, Marcus Lambertucci, Evandro Vassali, Alvimar Perrella, Bruno Lourenço, Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Aquiles Diniz, Alexandre Azevedo, Pedro Lourenço e Régis Campos, que expõe parcialmente dados confidenciais e distorce a realidade dos termos firmados na proposta apresentada ao Cruzeiro Esporte Clube, esclarecemos os seguintes fatos:
O valor de investimento previsto na proposta de aquisição define um aporte inicial de R$50 milhões, além de um compromisso de investimento de mais R$350 milhões que pode ser feito através de incremento de receitas ou de aporte direto. Vale ressaltar que a opção de incremento de receita favorece diretamente a associação, uma vez que a lei das SAF obriga o repasse de 20% das receitas para quitação da dívida bilionária acumulada por anos de má gestão - fato esse que pode gerar mais R$70 milhões em receitas para a quitação da dívida e que parece ser ignorado pelos responsáveis pela Nota.
Vale ressaltar também que o pedido de inclusão das Tocas I e II na transação é simplesmente para proteção de patrimônio do Cruzeiro diante de uma realidade que se revelou significativamente mais grave do que aquela indicada nas informações inicialmente disponibilizadas e que foram utilizadas para a elaboração da proposta apresentada ao Cruzeiro. Hoje a Toca I, a sede do Barro Preto e parte de todas as receitas do futebol estão comprometidas em razão de dívidas tributárias de aproximadamente R$400 milhões, as quais não estavam previstas na negociação inicial. No curto prazo os imóveis podem ser leiloados e as receitas apropriadas por falta de pagamento.
A SAF se coloca como facilitadora não apenas para encontrar os meios de pagamento dessa dívida, como também para recolocar o futebol do Cruzeiro no seu lugar de protagonista do futebol brasileiro. Em contrapartida, o controle das Tocas pela SAF garante que o patrimônio do futebol não seja colocado mais uma vez em risco.
Por fim, acreditamos em trabalho silencioso, sem dar publicidade a pontos contratuais em respeito às cláusulas de confidencialidade que devem ser cumpridas. O Cruzeiro precisa de estabilidade para seguir o caminho da reconstrução. O Conselho do clube é soberano e acreditamos que o julgamento dos pleitos será feito de maneira coerente levando em consideração o melhor para o Cruzeiro.
#FechadoComOCruzeiro
Tara Sports
Ronaldo"