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Santa Cruz abusivo

OPINIÃO: O Santa Cruz é uma relação de amor e ódio

A derrota para o Íbis só fez cravar a pior crise da história do Santa Cruz

Cadastrado por

Robert Sarmento

Publicado em 29/03/2023 às 10:10 | Atualizado em 29/03/2023 às 11:11
O povo nunca abandonará o Santa Cruz, mas cansou de sofrer - Foto: Acervo/JC Imagem

“O Santa Cruz nasceu e viverá eternamente”. A frase dita por Alexandre de Carvalho, um dos fundadores do clube coral, é uma das mais bonitas para descrever o quanto a paixão pode sustentar qualquer clube de futebol ao longo da história.



Não há outro argumento que descreva a relação do torcedor com as Repúblicas Independentes do Arruda.

Enquanto o time perdia para o Íbis e via o fundo do poço de perto, as arquibancadas ecoavam o hino do Mais Querido das Multidões, como se fosse uma última reza para evitar que a tragédia acontecesse.

A fé, amiga desde a fundação do clube em 1914, quando permitiu que meninos jogassem bola no pátio da Igreja Santa Cruz, não podia interferir no destino traçado há anos. Da Série D à Sul-Americana e dela de volta para a Quarta Divisão nacional.

Santa Cruz 1 x 3 Íbis pelo Campeonato Pernambucano 2023 - Jailton Jr./JC Imagem

Uma frase dita por um torcedor e relatada pelo repórter João Victor Amorim durante a transmissão da Rádio Jornal me chamou atenção: “A gente já não tem nem o que falar”.

Essa afirmação tão sincera expressou todo o sentimento de dor e humilhação da torcida tricolor e deu a sensação de comprovar cientificamente uma teoria.

O Santa Cruz é uma relação de amor e ódio, no qual se cria a esperança interna de que tudo vai melhorar, nutrida por uma fraqueza emocional que só aumenta sua decepção.

Quem sente dor física ou emocional em algum momento perde as forças e não consegue reagir.

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Portanto, não existe “falta de indignação” com as derrotas. Na verdade, a ferida do clube permaneceu exposta.

Quando foi novamente magoada, o sangue escorreu mais forte. A segunda cicatriz nunca será igual a primeira. Sem tratamento, não há cura!

É a continuação de um filme já visto, com aquela continuação desnecessária e que serve apenas para que o sistema se sustente como o único possível dentro do mercado.

A alcunha de "Terror do Nordeste" não cabe mais ao Santa Cruz - Charles Johnson/Acervo JC Imagem

Como diz uma canção do filme ‘A Noiva Cadáver': “a morte virá, não importa o freguês”. Esse será o destino do Santa Cruz? Ou será que a Cobra Coral é uma fênix e consegue ressurgir? A única certeza é que nada no futebol nada é impossível!

O vexame do SANTA CRUZ 

"As opiniões contidas no texto não refletem necessariamente a opinião do jornal".

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