Diante do contexto de coronavírus, isolamento social e interrompimento de atividades econômicas, foi zerada expectativa de crescimento da economia para 2020 pelo Banco Central. Em dezembro, a expectativa era de alta de 2,2% do PIB (Produto Interno Bruto). "A economia mundial, incluindo a brasileira, passa por momento de elevado grau de incerteza em decorrência da pandemia de coronavírus, que está provocando desaceleração significativa da atividade econômica, queda nos preços das commodities e aumento da volatilidade nos preços de ativos financeiros", informou o BC no Relatório de Inflação.
A indústria terá uma retração de 0,5% em 2020, segundo o BC. A estimativa apresentada em dezembro apontava para um crescimento de 2,9%. Para o setor de serviços, o maior da economia brasileira, a equipe do presidente Roberto Campos Neto zerou a expectativa de crescimento. A anterior era de alta de 1,7%.
A projeção para os investimentos em 2020, registrados por meio da formação bruta de capital fixo, passou de alta de 4,1% para queda de 1,1%. As estimativas para a inflação também foram atualizadas. Para 2020, o BC reduziu a estimativa do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 3,5% para 3% e para 2021 de 3,4% para 3,6%.
Na avaliação do BC, o mercado de crédito também será afetado e o ritmo de crescimento diminuirá quase a metade pelo coronavírus. "A evolução recente do mercado de crédito e os impactos da pandemia de coronavírus sobre o mercado financeiro e o crescimento da economia, ainda que bastante incertos, ensejaram revisão da expansão do saldo de crédito em 2020, de 8,1% no Relatório de Inflação anterior para 4,8%", informou o BC.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos, com o resultado afetado principalmente pela perda de ritmo do consumo das famílias e dos investimentos privados. Em 2017 e 2018 o crescimento foi de 1,3% em ambos os anos.