O Ministério da Saúde indica o uso da cloroquina e hidroxicloroquina apenas para pacientes diagnosticados infectados pelo novo coronavírus que estejam internados em estado grave de saúde. Já o presidente Jair Bolsonaro, tem defendido constantemente o uso, apesar de especialistas informarem que os resultados da substância são preliminares, e que casos individuais de sucesso não são suficientes para determinar se o tratamento é seguro em larga escala. As informações são do O Estado de S. Paulo.
O ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou que não vai mudar o protocolo do uso das substâncias sem evidências científicas robustas sobre segurança e eficácia da droga para pacientes leves. No entanto, observou que médicos têm a opção de receitar o tratamento, assumindo riscos e responsabilidades.
"O que a gente alerta é que esse medicamento não é inócuo, não é um remédio que a gente fala 'isso não tem problema nenhum'", afirmou Mandetta ao Estadão. De acordo com o ministro, 33% das pessoas que tomaram o medicamento tiveram de suspender o uso.
O uso preventivo do medicamento não é indicado por Mandetta. Ele diz que metade da população não vai ter a doença. Entre os que tiverem, a maioria vai ser assintomático, vai criar anticorpos e não saberá se contraiu ou não a covid-19. Dos que tiverem sintomas, ele diz, 85% vai ficar bem sem nenhum tipo de remédio, "tomando chá, ou tomando placebo, farinha".
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Conforme apurado pelo Estadão, há casos de pacientes infectados com coronavírus que foram tratados com cloroquina e, mesmo assim, acabaram morrendo. Isso aconteceu com a primeira vítima do vírus na Bahia, um homem de 74 anos que ficou internado durante 12 dias.
Os resultados de estudos que apontaram o sucesso do medicamento nos tratamentos da covid-19 têm sido questionados internacionalmente.
"Atualmente a cloroquina e a hidroxicloroquina são medicamentos registrados pela Agência para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária. Apesar de dados promissores, ainda não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da covid-19", informou a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa liberou a cloroquina e a hidroxicloroquina para pesquisas clínicas que estão testando a eficácia do medicamento para pacientes com covid-19. O primeiro estudo do País a testar o uso da hidroxicloroquina para o tratamento terá seus resultados divulgados em dois ou três meses e envolverá 1,3 mil pacientes e 70 hospitais.
A iniciativa, batizada de Coalizão Covid Brasil, é coordenada pelos Hospitais do Coração (HCor), Albert Einstein e Sírio-Libanês em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet) e o Ministério da Saúde. O laboratório EMS doará parte dos medicamentos que serão utilizados na investigação.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.