Aras pede que MP do DF apure agressões a profissionais de imprensa em ato de apoiadores de Bolsonaro

Manifestantes pediam o fechamento do Congresso e do STF no ato que teve agressões a profissionais de imprensa
Carolina Fonsêca
Publicado em 04/05/2020 às 16:23
Para Renan, Bolsonaro quer dar um golpe de Estado para mamar, enquanto cumpre o desejo de revolução do guru Olavo de Carvalho Foto: EVARISTO SA / AFP


Agressões a profissionais de imprensa durante manifestação realizada em Brasília, no último domingo (3), que pedia o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso, vão ser apuradas pelo Ministério Público do Distrito Federal, a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.

O ato de cunho antidemocrático teve a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que até cumprimentou apoiadores.

Como não há pessoas com foro privilegiado envolvidas nas agressões, o chefe do Ministério Público Federal enviou ofício ao MP do Distrito Federal por entender que não cabe uma investigação da PGR.

"Tais eventos, no entender deste procurador-geral da República, são dotados de elevada gravidade, considerada a dimensão constitucional da liberdade de imprensa, elemento integrante do núcleo fundamental do Estado Democrático de Direito", diz Aras.

Agressões 

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro agrediram com chutes, murros e empurrões a equipe de profissionais do jornal O Estado de S.Paulo que acompanhavam uma manifestação pró-governo. O fotógrafo Dida Sampaio registrava imagens do presidente em frente a rampa do Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios, numa área restrita para a imprensa quando foi agredido.

Sampaio usava uma pequena escada para fazer o registro das imagens quando foi empurrado duas vezes por manifestantes, que desferiram chutes e murros nele. O motorista do jornal, Marcos Pereira, que apoiava a equipe de reportagem também foi agredido fisicamente com uma rasteira. Os manifestantes gritavam palavra de ordem como "fora Estadão".

Os dois profissionais precisaram deixar o local rapidamente para uma área segura e procuraram o apoio da Polícia Militar. Eles deixaram o local escoltados pela PM. Os profissionais passam bem. Os repórteres Júlia Lindner e André Borges, que também acompanham a manifestação para o Estadão, foram insultados, mas sem agressões físicas.

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