A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) manifestou nesta terça-feira, 12, preocupação com o avanço dos casos de coronavírus na região das Américas, em especial o Brasil. O continente americano ultrapassou o europeu e, com 1,74 milhão de casos, é o epicentro da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As mortes na região já ultrapassam 104 mil.
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"Brasil tem um dos maiores números de casos hoje, tem transmissão comunitária, as fronteiras são porosas", afirmou Marcos Espinal, diretor do departamento de doenças transmissíveis e análise da saúde da Opas, braço da OMS nas Américas. "O Brasil é um País federal, os governadores dos Estados têm o poder de implementar medidas de contenção e mitigação. O aumento dos casos (de covid-19) no Brasil nos últimos dias é uma preocupação".
"Estamos profundamente preocupados com a rapidez com que a pandemia está se expandindo. Nossa região levou três meses para atingir 1 milhão de casos, mas menos de três semanas para quase o dobro desse número", afirmou a diretora-geral da Opas, Carissa Etienne. Na última semana, a região teve 266 mil novos casos e quase 20 mil mortes, aumento de 18% nos casos e de 23% nas mortes em comparação com a semana anterior.
"Vários países, incluindo alguns em nossa região, mostraram que o número de casos pode ser contido com forte vigilância e detecção, medidas de saúde pública coordenadas e ações preventivas, rastreamento de contatos e aumento da capacidade do sistema de saúde". Etienne lembrou que apenas quando os países tiverem a transmissão comunitária da covid-19 sob controle é que poderão implementar uma reabertura com forte planejamento.
Espinal ressaltou que é importante que as medidas sejam implementadas e reforçadas em distintas partes do País. Lembrou que cidades como Manaus e Rio de Janeiro são chamadas 'hotspots', que necessitam mais atenção. "É preciso reforçar medidas de distanciamento social, aumento de provas diagnósticas, conscientizar a população. O Brasil tem uma ampla população que vive em nível de pobreza, que não tem amplo espaço "
As autoridades lembraram ainda que a América Latina é a região mais desigual do mundo e que, nas últimas semanas, o vírus tem avançado sobre populações que têm baixa renda. A Opas destacou que o aumento do desemprego em toda a região já levou milhares de famílias à pobreza. "Prevê-se que mais de 29 milhões de pessoas vão estar abaixo da linha da pobreza, a maioria das quais serão mulheres".
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) estima que a economia da região deve cair 5,3% este ano - a pior em 100 anos. Nesta terça, o diretor do Programa Mundial de Alimentos (WFP), agência humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que o Brasil está voltando ao Mapa da Fome devido ao avanço da extrema pobreza no País.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.