Saiba como não cair em golpe que clona cartão do Bolsa Família para saque do auxílio emergencial

No Espírito Santo, duas pessoas foram presas com R$ 26 mil reais e 238 cartões clonados; entenda como funciona e se proteja
Vanessa Moura
Publicado em 21/05/2020 às 7:43
Operação realizada em Vila Velha, Espírito Santo, na última terça-feira (19) Foto: Polícia Federal


Na última terça-feira (19), a Polícia Federal em Vila Velha, no Espírito Santo, prendeu duas pessoas com 238 cartões clonados do bolsa família e recuperou um montante de R$ 26 mil reais referentes ao auxílio emergencial do Governo Federal, retirados através do uso dos cartões clonados. Além disso, dispositivos maliciosos de clonagem e câmeras que estavam instalados nos caixas eletrônicos de uma agência da Caixa Econômica Federal da cidade também foram apreendidos. Os suspeitos já dispunham de antecedentes criminais por envolvimento em fraudes do mesmo gênero e responderão pelo crime de furto, podendo pegar de 2 a 8 anos de reclusão.

A descoberta do golpe traz um alerta sobre os cuidados que devem ser tomados pelos beneficiários do programa de auxílio do governo, para que não tenham seus cartões clonados e senhas captadas. 

Entenda como funciona o golpe

Para efetuar a clonagem dos cartões, o suspeito sobrepõe, com a utilização de fitas dupla face, um mecanismo de entrada do cartão magnético falso sobre o verdadeiro. Além disso, junto ao dispositivo, uma microcâmera é instalada próxima ao teclado, permitindo que a digitação da senha seja filmada. 

>>Saiba como usar o cartão virtual do auxílio emergencial em mercados, farmácias e postos de gasolina

Outro mecanismo de clonagem usado é a chamada "frente falsa", um equipamento que simula toda a parte frontal do caixa eletrônico é sobreposto ao original. Atrás, um notebook é instalado com um mecanismo interligado no local de introdução do cartão magnético e do teclado. O microcomputador dispõe de um programa que simula todas as principais operações bancárias, porém nunca consegue finalizar a transação, aparecendo sempre uma mensagem de erro. Com isso, os cartões e senhas são copiados e enviados via web aos golpistas. 

Após instalarem os equipamentos, os estelionatários esperam um tempo para então retornarem ao estabelecimento e retirarem os mecanismos maliciosos. Utilizando todo o material registrado, eles confeccionam cartões falsos e realizam os saques em dinheiro do auxílio emergencial de diversos beneficiários. 

Como se proteger?

O auxílio emergencial do Governo Federal é extremamente necessário para que muitas famílias consigam passar pela pandemia do novo coronavírus com o mínimo de dignidade. A perda deste dinheiro pode representar danos inimagináveis às vítimas, que dependem da quantia para sobrevivência. Sabendo disso, saiba como se proteger de golpes do gênero:

- Sempre que for sacar o auxílio em dinheiro, puxe ou force a parte da frente do caixa eletrônico ou a entrada do cartão magnético para sua direção. Caso haja algum equipamento sobreposto, sairá através deste movimento. 

- Faça uma avaliação quando for escolher o caixa eletrônico a ser utilizado. Veja se há alguma diferença entre os demais, se há alguma peça ou dispositivo diferente na máquina. Isso pode indicar adulteração. Caso descubra alguma diferença suspeita, chame algum funcionário do banco e questione. 

- Sempre que possível, realize seus saques em horário comercial com a maior movimentação de pessoas possível, evite períodos noturnos, muitos criminosos apostam nesta tática para realizar as famosas "saidinhas de banco". 

- Não permita que idosos da sua família se dirijam ao banco para realizar alguma transação financeira sem a companhia de algum adulto de confiança.  Pela própria idade e habilidade em manusear equipamentos ele pode encontrar dificuldades como seguir o passo a passo que o terminal eletrônico exige, dificuldade em colocar a senha e memorizá-la, visualizar o teclado, colocar suas digitais e tirar dúvidas caso sua transação financeira não seja concretizada, podendo facilmente pedir auxílio de pessoas mal intencionadas.

- Por fim, proteja sua senha. É a partir dela que o acesso à sua conta é destravado, por isso, sempre que possível, mude e faça senhas fortes com a mistura de letras maiúsculas e minúsculas, além de números. É importante que você a tenha memorizada e não registre em nenhum lugar. 

Já fui clonado, e agora?

Vítimas de clonagem devem contatar de forma urgente o banco de origem através do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC). Nesses casos, a instituição financeira irá enviar um funcionário de segurança privada ao local afim de verificar a ocorrência e envia-la a Polícia Federal, que iniciará investigação no objetivo de identificar os envolvidos, prendê-los e recuperar o dinheiro furtado. 

SAC dos principais bancos em Pernambuco

Caixa Econômica Federal - 0800 726 0101

Bradesco - 0800 704 8383

Banco do Brasil - 0800-729-0722

Santander - 0800-762-7777

Banco do Nordeste - 0800-033-0004

Itaú - 0800 728 0728


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