A nuvem de gafanhotos que invadiu o Paraguai e adentrou o território argentino no dia 17 de junho está sendo monitorada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A nuvem se encontra próximo à fronteira com o Brasil e, segundo o monitoramento climático que vem sendo realizado por especialistas argentinos, deve seguir em direção ao Uruguai.
>> Nuvem de gafanhotos se aproxima do Brasil em meio à pandemia de coronavírus
>> Saiba o que é a "nuvem de poeira Godzilla", que está vindo para as américas
Por causa da proximidade com a região fronteiriça do Brasil, o ministério emitiu um alerta para as Superintendências Federais de Agricultura para o monitoramento e orientação aos agricultores da região, especial no estado do Rio Grande do Sul, para adoção de controle de praga caso esta nuvem ingresse em território brasileiro.
De acordo com o Mapa, a praga está presente no Brasil desde o século XIX e causou grandes perdas às lavouras de arroz na região sul do País nas décadas de 1930 e 1940. Desde então, tem permanecido na fase "isolada", que não causa danos às lavouras, pois não forma as chamadas "nuvens de gafanhotos", mas voltou a causar danos à agricultura na América do Sul, em sua fase gregária (formação de nuvens).
Há dias, parte do Oceano Atlântico está sendo encoberta por uma gigantesca nuvem marrom e densa. Imagens capturadas por satélites mostram que é possível ver a nuvem, que esconde os tradicionais tons de azul e branco, sai da África e vai em direção ao Caribe. O fenômeno, chamado por alguns especialistas de "nuvem de poeira Godzilla", trata-se de uma nuvem de ar do Saara.
Segundo especialistas, o fenômeno é comum, mas, neste ano, está acontecendo de forma mais densa. De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, em inglês), a nuvem, que já provoca efeitos no Caribe, deve se mover rumo ao oeste pelo Mar do Caribe em direção às áreas do norte da América do Sul, América Central e da Costa do Golfo dos Estados Unidos. O fenômeno já percorreu mais de cinco mil quilômetros desde que foi observado há uma semana na área oeste da África.
A recomendação é que as pessoas usem máscaras e evitem ao máximo realizar atividades ao ar livre. Além disso, os navios foram alertados sobre a baixa visibilidade.
O fenômeno pode afetar a pele e os pulmões porque o ar seco com poeira tem cerca de 50% menos umidade, e também pode ser nocivo às pessoas que têm problemas respiratórios, causando alergias e irritações nos olhos.