O pessoal fala que o Brasil precisa da China, mas a China também precisa da gente, diz Bolsonaro
Enfrentando dificuldades para trazer insumos necessários à fabricação de vacinas contra a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou problemas diplomáticos com a China
Enfrentando dificuldades para trazer insumos necessários à fabricação de vacinas contra a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou problemas diplomáticos com a China, nesta quinta-feira (21), e afirmou que o país asiático também tem interesses no Brasil.
>> Bolsonaro tenta falar com presidente da China para obter insumos de vacinas contra covid-19
>> Butantan pede ajuda a Bolsonaro para agilizar envio de vacinas e insumos da China
"O pessoal fala 'o Brasil precisa da China', mas a China também precisa da gente. Ou você acha que a China está comprando soja para jogar fora? Compra produto do campo para jogar fora? Compra porque precisa. Lá está chegando na casa de 1 bilhão e 400 milhões de habitantes e é uma população que cada vez mais se torna urbana", disse.
"Agora, a relação entre países... Qualquer país do mundo, existe interesse. Não existe amor. Qualquer país no mundo tem interesse, fazer negócio. E a China tem interesse no Brasil", acrescentou.
>> Avião com 2 milhões de doses de vacina contra covid-19 para o Brasil parte da Índia
>> Saiba como denunciar ao Ministério Público desvio de vacinas contra covid-19
Bolsonaro também afirmou que o atraso no envio de insumos farmacêuticos para a produção de vacinas contra a covid-19 é apenas uma questão burocrática.
"O problema, como o próprio embaixador disse, é burocrático. Não é nada de político, como alguns falaram", disse o presidente. Durante a live, Bolsonaro estava acompanhado dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. De acordo com o chanceler, a Embaixada do Brasil em Pequim, capital chinesa, está negociando a liberação dos insumos retidos, cuja previsão de entrega era ainda para este mês.
- Maioria dos brasileiros acredita que vacina só estará disponível para eles daqui a mais de 4 meses, diz pesquisa
- Pazuello diz esperar 'avalanche' de propostas de vacinas, mas não cita datas
- Índia colocou Brasil na mais alta prioridade na entrega de vacinas contra a covid-19, diz ministro
- Após casos de "fura fila" na vacinação contra covid, Recife cria canal para denúncias
- Vacinas da Índia devem chegar no Rio no final da tarde da sexta-feira (22)
- Recife tem quase cinco mil pessoas vacinadas contra a covid-19
"Nosso embaixador em Pequim, na verdade, tem conversado porque é lá que precisa operar para conseguir os insumos da vacina dentro da burocracia chinesa, que é uma coisa normal", afirmou. Ontem (20), três ministros do governo federal se reuniram com embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para discutir formas de acelerar esse processo.
Em relação à Índia, Bolsonaro destacou o seu relacionamento do líder do país asiático, Nerendra Modi, para refutar que houvesse qualquer problema entre os países. "O interesse que o Modi tem no Brasil nós também temos na Índia. Um excelente relacionamento. E nada mudou", disse. Mais cedo, o governo brasileiro divulgou que as vacinas contra a covid-19 desenvolvidas em parceria entre a AstraZeneca e a Universidade de Oxford devem chegar ao Brasil sexta-feira (22), vindas da Índia. Inicialmente, a previsão é que elas chegassem há uma semana. Ao todo, foram contratados 2 milhões de doses, fabricadas pelo laboratório indiano Serum.