Cardiopata, com Down e leucemia, bebê de um ano vence a covid-19
O bebê venceu a covid-19 após 10 dias intubado no Hospital da Mulher, em Alagoas
Um bebê alagoano de um ano e sete meses, com síndrome de Down e que apresenta algumas comorbidades como leucemia mieloide aguda, neutropenia febril e cardiopatia, após contrair covid-19 e ficar intubado por 10 dias, deixou o Hospital da Mulher, em Maceió, no estado da Alagoas, após ter se curado da doença causado pelo novo coronavírus. A equipe da UTI neonatal comemorou a alta.
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Sua mãe, a servidora Eniclécia da Silva, 23, se preocupou quando, em março, o bebê apresentou tosse e desconforto respiratório. Há dois meses, ele, que é do Sertão de Alagoas, ia à Capital para sessões de quimioterapia. Com o início dos sintomas, os pais o levaram à unidade hospitalar e a equipe médica decidiu intubá-lo e fazer a transferência para o Hospital da Mulher.
"A médica nunca nos escondeu que o caso dele era grave por ele ter síndrome de Down e leucemia. Essa notícia é algo que maltrata muito, mas as minhas esperanças nunca acabaram, não cheguei a duvidar que ele ia vencer", explica.
Após o diagnóstico de covid-19, nos três primeiros dias no hospital, o garoto fez apenas uso de oxigênio. "Ele estava aparentemente muito bem, só que a saturação estava caindo muito. Foi aí que a doutora avaliou e nos chamou para falar que ele tinha que ser intubado", lembra a mãe.
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A maior parte desse período em que estava intubado, a mãe teve de ficar longe do filho. "Ainda cheguei a visitar ele por dois dias, só que eu também estava com o coronavírus e tive que ficar isolada até me recuperar. Mas esse foi o mesmo tempo que ele saiu da intubação. Quando deixou a UTI, ainda fiquei com ele, no oxigênio, mais sete dias no hospital até ele ter alta", lembra. Mãe e filho retornaram no início da semana, após a alta de João, para o Sertão alagoano e, em breve, estarão novamente na capital para realizar a segunda sessão de quimioterapia.
A pediatra Maria Célia dos Santos, que o recebeu na UTI do Hospital da Mulher, comenta o caso após a vitória do garoto. "Em nenhum momento a gente pensou em desistir dele, mas foi uma grande resposta que João nos deu. Na pediatria é assim: a gente acaba se apaixonando mais todo dia porque as crianças surpreendem com respostas totalmente inesperadas, como ter um paciente gravíssimo e ele se curar", comenta.
A luta contra a leucemia
Eniclécia lembra, em entrevista ao portal de notícias UOL, que quando soube sobre a leucemia do filho foi um grande baque, mas ressalta que João reagiu bem ao tratamento.
"No momento, me senti destruída por dentro. João Miguel sempre foi a minha fortaleza. Ainda estava em um pós-parto e tive que deixar o bebê (seu segundo filho) com a minha mãe para vir lutar pela saúde do João. Mas ele sempre foi forte: as reações da quimioterapia nunca o abalaram. Ele passava por toda a luta fazendo biquinho, dançando e nos deixando felizes", diz Eniclécia.