ADOÇÃO

KLARA CASTANHO: veja quantas crianças são destinadas à adoção no Brasil e quantas pessoas querem adotar

O caso da atriz Klara Castanho fez repercutir a questão da entrega de crianças à adoção

Cadastrado por

Amanda Azevedo

Publicado em 28/06/2022 às 0:11 | Atualizado em 29/06/2022 às 0:13
A entrega voluntária é um procedimento legal, não configura crime nem abandono. Já a divulgação dessa informação é proibida - ILUSTRATIVA/DAISY LAPARRA/PEXELS

Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo 

O caso da atriz Klara Castanho fez repercutir a questão da entrega de crianças à adoção. A artista, de 21 anos, teve a vida exposta na internet e se viu forçada a divulgar que engravidou após um estupro e optou por doar o bebê, em um processo chamado de "entrega voluntária para adoção".

No Brasil, existem 4.123 crianças aptas à adoção, das quais 160 são de Pernambuco, segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). Do total de menores na fila para adoção no País, a maior parte não está mais na faixa etária da primeira infância: 3.237 têm mais de 6 anos. Apenas 282 são bebês, com menos de 2 anos de idade.

A lista de pessoas que querem adotar no Brasil soma 33,1 mil. Os pretendentes aguardam anos na fila à espera de bebês ou crianças pequenas.

Como adotar uma criança no Brasil?

Para se candidatar à adoção é necessário ter mais de 18 anos e ter 16 anos a mais que a criança a ser adotada. O processo tem várias etapas que variam de acordo com o estado e com as Varas de Infância. Os documentos solicitados também são distintos. De acordo com a unidade da Federação.

Segundo o Cadastro Nacional de Adoção, o procedimento geral segue o seguinte rito:

1) Procure a Vara de Infância e Juventude do seu município e se informe sobre os documentos. Para entrar no Cadastro Nacional de Adoção são solicitados: identidade; CPF; certidão de casamento ou nascimento; comprovante de residência; comprovante de rendimentos ou declaração equivalente; atestado ou declaração médica de sanidade física e mental; certidões cível e criminal.

2) Com documentos em mãos, faça uma petição, que pode ser preparada por um defensor público ou advogado particular no cartório da Vara de Infância.

3) É obrigatório fazer o curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção. A duração do curso também varia nos estados. No Distrito Federal, são dois meses de aulas semanais.

4) O passo seguinte é a avaliação psicossocial com entrevistas e visita domiciliar feitas pela equipe técnica interprofissional. Na entrevista, é determinado o perfil da criança que deseja adotar, de acordo com vários critérios. O resultado será encaminhado ao Ministério Público e ao juiz da Vara de Infância.

5) O laudo da equipe técnica da Vara de Infância e o parecer emitido pelo Ministério Público vão servir de base para a sentença do juiz. Se o pedido for acolhido, o nome do interessado será inserido nos cadastros, válidos por dois anos em território nacional. Se não, é importante buscar os motivos. Estilo de vida incompatível com criação de uma criança ou razões equivocadas (para aplacar a solidão; para superar a perda de um ente querido; superar crise conjugal) podem inviabilizar uma adoção. É possível se adequar e começar o processo novamente.

6) A Vara de Infância avisa sobre uma criança com o perfil compatível. O histórico de vida da criança é apresentado ao adotante; se houver interesse, ambos são apresentados. A criança também será entrevistada após o encontro e dirá se quer continuar com o processo. Durante esse estágio de convivência, monitorado pela Justiça e pela equipe técnica, é permitido visitar o abrigo onde ela mora e dar pequenos passeios.

7) Em seguida, é preciso ajuizar a ação de adoção. Ao entrar com o processo, é entregue a guarda provisória, que terá validade até a conclusão do processo. Neste momento, a criança passa a morar com a família. A equipe técnica continua fazendo visitas periódicas e apresentará uma avaliação conclusiva.

8) O juiz vai proferir a sentença de adoção e determinar a lavratura do novo registro de nascimento, já com o sobrenome da nova família. Neste momento, a criança passa a ter todos os direitos de um filho biológico.


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