Da Estadão Conteúdo
A presença diária de curiosos que querem filmar ou fotografar uma mulher em uma casa abandonada de Higienópolis, na região central de São Paulo, obriga prédios vizinhos a reforçar as medidas de segurança.
Depois que visitantes escalaram os muros em busca de imagens da moradora, um endereço chegou a contratar seguranças privados; outros pedem mais atenção aos vigias. Moradores da região relatam um clima hostil e de insegurança.
Os muros foram pichados com a palavra escravocrata em referência ao crime que ela teria sido cometido por Margarida Bonetti nos EUA.
"Tenho medo de entrar e sair de casa porque a gente percebe um clima de hostilidade, com muitos xingamentos. É uma execução pública que pode ter outras consequências até para a vizinhança", diz um morador da região há cinco anos.
O endereço chegou a ser alvo do cumprimento de um mandado de busca e apreensão pela Polícia Civil na quarta-feira, (20) por possível abandono de incapaz.
A investigação da polícia começou depois que vizinhos alertaram diversas delegacias de que uma pessoa com indícios de problemas de saúde mental precisava de ajuda naquela residência. Representantes de uma ONG de proteção animal, incluindo a ativista Luísa Mell, resgataram dois cães na casa no início de junho.
Os policiais descreveram um cheiro insuportável, mas não encontraram irregularidades em outros cômodos.
Havia relatos de que a moradora mantinha gatos de estimação em condições insalubres e de desvio de energia elétrica de prédios vizinhos, instalações conhecidas como "gatos". Nenhuma dessas denúncias foi confirmada.
Margarida Bonetti passou por avaliação médica, mas o resultado do laudo ainda não foi divulgado. Ela afirmou à polícia que não quer deixar o local.