John Kerry fala em intenção de aportar US$ 9 bi à proteção ambiental

Do montante, não foi especificado quanto seria destinado ao Fundo Amazônia
Lucas Moraes
Publicado em 28/02/2023 às 18:32
John Kerry foi recebido pela ministra Marina Silva Foto: EVARISTO SA / AFP


Estadão Conteúdo e Agência Brasil

Apesar de prever uma "luta legislativa" para que o Congresso americano aprove o aporte de recursos para o Fundo Amazônia, o enviado especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou nesta terça-feira (28), após reunião com a ministra do Meio ambiente, Marina Silva, que o país tenta viabilizar o montante de US$ 9 bilhões para preservação de florestas. Do montante, não foi especificado quanto seria destinado ao Fundo Amazônia.

"Estamos trabalhando com uma legislação que está agora no Congresso, de US$ 4,5 bilhões, mas estamos pensando em US$ 9 bilhões. Sabemos que teremos uma luta para que seja aprovado. Então, também estamos trabalhando com pontos de desenvolvimento multilaterais, e suas reformas, e com o mercado de carbono", declarou Kerry, dando a entender que a cifra dizia respeito a um valor universal que seria destinado ao tema.

Questionada sobre qual seria a fatia brasileira caso a legislação fosse aprovada, Marina pontuou: "Gostaria que fosse a maior possível". Mas destacou que o representante não falou em valores na reunião desta tarde. A ministra, no entanto, defendeu que a sinalização de apoio americano já é um importante sinal para a comunidade internacional.

Ministério

Na mesma coletiva, pouco após a saída do americano, Marina, ao elogiar seus companheiros de trabalho, brincou com a falta de recursos de sua Pasta. "Temos poucos recursos financeiros, mas excelentes recursos humanos", disse.

Agenda no Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu o enviado especial dos Estados Unidos para o clima John Kerry e a embaixadora norte-americana no Brasil, Elizabeth Balgkey. 

Segundo o senador, Kerry ouviu que existe hoje no país uma consciência efetiva da sociedade e das instituições de que o combate ao desmatamento ilegal das florestas brasileiras deve ser uma prioridade e que Brasil precisa que focar na transição energética pra valorizar combustíveis e a energia renovável.

“Foi um encontro muito positivo de alinhamento de estabelecimento, de parcerias e coloquei o Senado Federal e o Congresso Nacional à disposição dessa colaboração com o Executivo do Brasil e dos Estados Unidos nesse propósito de alinharmos as ações efetivas. Então existe uma consciência do que precisa ser feito agora e contamos com a colaboração de diversos países da comunidade internacional e a manifestação de apoio dos Estados Unidos ao Brasil nesse sentido, inclusive com a alocação de recursos do Fundo Amazônia, obviamente que tudo isso é muito bem-vindo”

Na prática, por parte do Executivo, Pacheco acrescentou que é preciso haver foco contra o desmatamento ilegal da Amazônia e de florestas, além da efetividade nas ações de polícia, de fiscalização e controle. Outro ponto defendido pelo presidente do Senado foi o envolvimento da sociedade, com o pagamento de serviços ambientais para estimular as comunidades a preservarem o meio ambiente.

Sobre a parte que cabe ao Legislativo, Pacheco citou o aprimoramento das leis. Segundo ele, o Brasil tem leis boas em matéria ambiental, mas que “infelizmente” são descumpridas, como a lei dos crimes ambientais.

O presidente do Senado defendeu ainda que a Comissão de Assuntos Econômicos se aprofunde no tema do mercado de crédito de carbono e que a Casa aprecie um projeto de licenciamento ambiental que defina qual o modelo de regularização fundiária será adotado no país.

"São marcos legislativos importantes que nós vamos discutir, mas sempre com esse viés de que o envolvimento econômico precisa necessariamente se submeter a uma realidade de preservação ambiental. Então é esse trabalho nós vamos fazer com bastante prioridade no Senado”, adiantou.

TAGS
john kerry meio ambiente Marina Silva
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory