A história do Museu de Arqueologia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), que vem sendo contada ao longo de 29 anos, agora está registrada em livro. Com 157 páginas ilustradas, a publicação ainda está quentinha do forno e não será vendida. Estará disponível para consultas em museus, bibliotecas, universidades e instituições de pesquisa do Recife e de outros Estados brasileiros.
“Nosso objetivo é divulgar a pré-história de Pernambuco”, afirma a bióloga Maria do Carmo Caldas, autora do livro Memórias do Museu de Arqueologia da Unicap, patrocinado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Ela narra a trajetória do centro cultural, desde a inauguração em abril de 1987 numa sala de aula do Bloco G da universidade até a transferência para um espaço nobre no Palácio da Soledade.
O museu é mantido pela Católica e funciona no térreo do palácio, localizado no bairro da Soledade, Centro do Recife, desde 2015. “Recebemos mais de dois mil estudantes por ano, com visita guiada gratuita”, comenta Maria do Carmo. Apenas as escolas que, além de conhecer a coleção, solicitam aula, precisam pagar uma taxa – R$ 7 por aluno para colégios privados e R$ 2 por aluno para estabelecimentos públicos.
Como o local é dedicado à pré-história pernambucana, todas as aulas são contextualizadas nesse período. Os professores podem escolher os seguintes assuntos: pintura rupestre, extinção da megafauna, cerâmica, hábitos alimentares e evolução do homem. “Cada aula está relacionada a um trecho da exposição”, diz Maria do Carmo, coordenadora do museu.
Na extinção da megafauna, por exemplo, os monitores mostram aos estudantes um osso de preguiça-gigante e a arcada dentária de um mastodonte resgatados em pesquisa arqueológica no município de Brejo da Madre de Deus, no Agreste do Estado. Durante a aula sobre cerâmica os alunos ficam sabendo que esses recipientes não eram só peças decorativas.
Os potes funcionavam como reservatório de mantimentos. “Eles usavam as vasilhas para guardar o que colhiam”, diz a bióloga, acrescentando que pelos detalhes preservados nas cerâmicas é possível identificar o tipo de população que habitava a região. “Fazemos o registro da história do homem, explicando como a cultura evoluiu até os dias atuais”, diz ela.
A exposição permanente do museu (Um cemitério indígena de 2000 anos) é composta de esqueletos humanos resgatados na Furna do Estrago, em Brejo da Madre de Deus, e que deu origem ao centro cultural.
Maria do Carmo informa que a partir da próxima segunda-feira (4) estão abertas no museu.unicap.br as inscrições ao curso de férias Arqueologia para Crianças: Brincando e Conhecendo o Recife. Haverá uma turma de 11 a 15 de julho pela manhã e outra de 18 a 22 de julho à tarde, com 24 vagas por turno, para jovens de 7 a 12 anos.
O Museu de Arqueologia fica na Rua Oliveira Lima, 824. Abre às segundas, quartas e sextas pela manhã; e às terças e quintas no horário da tarde.